O Brasil está mais uma vez fora do calendário da Fórmula E para 2020/2021. A pandemia do Covid-19 esfriou as conversas que estavam em andamento para concretização de uma meta antiga de organizadores da categoria dos carros elétricos e de pilotos do país. A sexta temporada terminou na semana passada, em Berlim, na Alemanha. A próxima deverá começar no dia 16 de janeiro de 2021, no Parque O'Higgins, situado no coração de Santiago, no Chile.
O anúncio de um ePrix brasileiro era especulado em substituição à capital chilena, mas as negociações foram paralisadas em razão da crise. Com apoio de Nelsinho Piquet, o primeiro campeão da F-E, dirigentes chegaram a se reunir com o presidente Jair Bolsonaro, simpatizante da ideia, e trataram da possível organização de uma etapa no Rio de Janeiro.
- Ainda existe vontade do governo de levar essa categoria para o Brasil. Neste ano, fizemos várias conversas, mas ficou complicado. O dólar em alta e a pandemia tornaram a situação muito difícil. A Formula E também nem sabe como será o início do próximo campeonato. A gente não sabe quando essa pandemia vai durar, se vai ter vacina ou não - disse Nelsinho Piquet.
A categoria tem como premissa correr em centros urbanos para levantar a bandeira da sustentabilidade e dos carros elétricos. A ideia de fazer a prova na capital fluminense atrai interessados, já que o espaço estipulado por Piquet e sua empresa na Barra da Tijuca é amplo, parecido com o aeroporto desativado de Tempelhof, na Alemanha, onde ocorreram as provas finais da última edição.
- O espaço que temos funcionaria muito bem, pois é isolado, parecido com esse (Tempelhof). A todo mês que passa, parece que vai durar mais tempo do que a gente acha - completou o brasileiro.
O Brasil esteve perto de realizar uma prova da Formula E em 2018, quando a categoria confirmou uma prova em São Paulo, mas foi obrigada a cancelar o acordo, a pedido da prefeitura, por causa do processo de privatização do Complexo do Anhembi. Com isso, Punta de Este, no Uruguai, assumiu o lugar.
Em entrevistas recentes, o co-fundador da F-E, Alberto Longo, declarou que a categoria desembarcaria no país ''ou sim ou sim''. Com o planejamento afetado pela pandemia, os organizadores não cravam as datas da sétima temporada.
Os dirigentes já trabalham com as autoridades do Chile para o evento do ano que vem. Em 2021, a competição ganhará a chancela de Campeonato Mundial dos Carros Elétricos da FIA, entidade máxima do automobilismo mundial.
- Ainda estamos vendo com as autoridades que tipo de evento poderá ser realizado. Mas estamos muito entusiasmados. Recebemos todo o apoio do prefeito (Felipe) Alessandri e da Ministra do Esporte. Tenho certeza de que será um grande sucesso como o que estamos fazendo há três anos, no lugar que consideramos nossa segunda casa. Acredito que o fato de termos vindo ao país mais complicado em termos de restrições e protocolos do Covid-19 foi como um teste. Agora, sabemos o quanto profissional é a equipe e como tudo foi bem feito - disse Alberto Longo.
A sexta edição da Fórmula E teve como vencedor o português António Félix da Costa. O melhor brasileiro foi Lucas di Grassi, em sexto. Felipe Massa terminou em 22º e tem o futuro indefinido no automobilismo, após a Rokit Venturi Racing anunciar a saída do piloto.