Brasileiros tentam evitar pior jejum na São Silvestre desde 1991
Com a última vitória em 2010 na disputa masculina, atletas do Brasil podem igualar a maior seca desde que prova passou a ter 15km. Entre as mulheres, tabu é de 2006
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– Para muitos, a única corrida que existe é a São Silvestre. Poder colocar o seu nome na história dá muita alegria. Por mais que se tenha mudado o percurso, o horário, as pessoas estão ligadas na televisão para assistir à corrida.
A afirmação acima é de Solonei da Silva, atualmente o principal maratonista do Brasil. A frase resume bem o espírito da Corrida de São Silvestre, que acontece na manhã desta quinta-feira, em São Paulo, com a largada da elite feminina às 8h40 (de Brasília) - os cadeirantes largam às 8h, e a elite masculina, os demais competidores e os deficientes iniciam a disputa às 9h. Apesar de nem sempre contar com os melhores competidores do mundo, a prova realmente é a mais tradicional do país. O problema é que nos últimos anos está cada vez mais difícil ver um brasileiro vitorioso.
Marílson Gomes dos Santos, em 2010, foi o último do Brasil a cruzar a linha de chegada na primeira posição. Desde então, nenhum outro competidor do país atingiu tal feito. Caso permaneça neste ano, o jejum já vai ser o maior desde 1991, quando a disputa passou a ter a distância atual, de 15km, e entrou no calendário da Associação Internacional das Federações de Atletismo (Iaaf).
Tal marca negativa, de cinco anos sem uma vitória brasileira, já tinha sido atingida de 1998 a 2002. O curioso é que, na ocasião, ela acabou quebrada justamente por Marílson.
– Nós temos condições de vencer. Estou confiante e já competi com vários estrangeiros, não vejo diferença. Estou bem mais preparado – afirmou Giovani dos Santos, o quinto colocado na disputa em 2014.
Entre as mulheres, o jejum do Brasil é ainda maior. Em 2006 aconteceu a última vitória do país, com Lucélia Peres. Desde então, o domínio tem ficado com as africanas.
– Minha expectativa é a melhor possível. Quero correr bem e brigar até o fim. Fiz uma ano excelente, uma preparação boa e acredito que tenho tudo para ter um bom desempenho. A São Silvestre é muito forte, e as africanas são adversárias de alto nível, mas não imbatíveis – declarou Joziane Cardozo, melhor brasileira no ano passado, com o oitavo lugar.
A Corrida de São Silvestre deste ano vai contar com cerca de 30 mil corredores de 37 países e de todos os estados do Brasil. Novamente, os africanos aparecem como favoritos para sair com a vitória. Mas não faltam brasileiros para tentar acabar com esse incômodo jejum do país.
– Ter a condição de colocar o nome na história do atletismo brasileiro é algo para chegar com unhas e dentes. É a prova na qual vou entrar com o objetivo máximo. Não tem como ir pela metade – disse Solonei.
Africanos têm sido soberanos
Chega até a ser redundante, mas outra vez os africanos chegam como os principais favoritos a vencerem a Corrida de São Silvestre. Ainda mais por conta do retrospecto dos últimos anos. Afinal, desde 1991, das 24 provas disputadas, em 17 um atleta da África saiu com a vitória entre os homens.
Dessa vez, os principais nomes são: o etíope Dawit Admasu (venceu em 2014) e os quenianos Edwin Rotich (triunfou em 2012 e 2013) e Stanley Biwot, que faturou a Maratona de Nova York.
Entre as mulheres, as africanas venceram as últimas oito provas. Campeã em 2008 e 2014, a etíope Ymer Ayalew busca o tri.
CURIOSIDADES
Vitórias brasileiras
Disputada desde 1925, a São Silvestre passou a contar com estrangeiros a partir de 1945. Desde então, foram apenas 11 vitórias de brasileiros na prova masculina, com: Sebastião Monteiro (1945 e 1946), José João da Silva (1980 e 1985), João da Mata (1983), Ronaldo da Costa (1994), Émerson Iser Bem (1997), Marílson Gomes dos Santos (2003, 2005 e 2010) e Franck Caldeira (2006). Entre as mulheres, a prova ocorre desde 1975, com cinco trinfos de brasileiras: Carmem Oliveira (1995), Roseli Machado (1996), Maria Zeferina Baldaia (2001), Marizete Rezende (2002) e Lucélia Peres (2006).
Maiores jejuns
Entre os homens, o Brasil ficou sem ganhar por 33 anos, de 1947 a 1979. Entre as mulheres, foram 20 (entre 1975 e 1994).
Entre os homens, o Brasil ficou sem ganhar por 33 anos, de 1947 a 1979. Entre as mulheres, foram 20 (entre 1975 e 1994).
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