Escrito por João Silva, supervisionado por Pedro Werneck
Dona de dez medalhas paralímpicas, Carol Santiago deu show nos Jogos de Paris 2024 - a nadadora conquistou três ouros, duas pratas e se tornou a maior campeã paralímpica da história do Brasil. Durante everto organizado pela Petrobras, a atleta contou ao Lance! como foi a preparação para as diversas provas. A pernambucana, que nasceu com síndrome de Morning Glory, uma alteração na retina que reduz o campo de visão, também relatou como o esporte mudou a sua vida.
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- É o que eu mais amo fazer desde que eu tenho quatro anos de idade. Eu tive várias fases com a natação, eu usava a natação para me sentir incluída, depois eu usava a natação para me sentir viva e, agora, eu uso a natação... na verdade, agora eu amo a natação - declarou.
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Medalhista em cinco modalidades diferentes, Carol Santiago deu detalhes sobre os desafios da preparação e brincou ao contar suas superstições.
- O treinamento é muito duro. Eu gostaria realmente de ter mais tempo para treinar, mas não é possível. Então, a gente foca nas provas principais e, no resto, vai com talento e coração. E aí a gente conta com a torcida de todo mundo - falou.
- Eu disse até assim: "esses Jogos foram da 'mandinga'", porque tudo que eu dizia, não podia falar porque iria "zicar". Mas é mais ou menos assim... A gente treina bastante, a gente se dedica muito, a gente se preparou durante três anos. Eu digo que essas medalhas aqui são a realização de um grande sonho. E tudo que a gente faz é se dedicar 100% a amar e desejar um objetivo. A gente é capaz de abrir mão de certas coisas para poder chegar o mais preparado possível para eles - completou.
Agora, a nadadora está aproveitando as férias após a campanha histórica nas Paralimpíadas. Carol retorna aos treinamentos no próximo mês e vai analisar com cautela os próximos passos.
- Eu estou de férias desde a minha última prova, um segundo depois da minha última prova. Então, a ideia agora é descansar, poder clarear um pouco a mente. Eu vou retornar dia 7 (de outubro) para o CT avaliar tudo que a gente fez e como ser ainda melhor do que a gente já foi. Porque a minha ideia é sempre essa, a gente estava em Tóquio. Aí vamos para Paris? Vamos. A gente tem condição de ser melhor do que a gente foi agora? Temos. Aí a gente foi e a ideia vai ser essa, avaliar e ver se a gente tem essa condição. Se a gente tiver essa condição, vamos até Los Angeles - finalizou.