A Fórmula 1 se prepara para uma nova revolução técnica a partir da temporada 2026. A ideia central é alinhar a maior das categorias do esporte a elementos sustentáveis, também em termos de custos e que atendam à indústria, proporcionando competividade e ação. A primeira parte desse processo disse respeito aos motores, e isso foi já foi acordado. Agora, é chegou a vez do chassi. A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) publicou, nesta quinta-feira (6), o novo conjunto de regras para a próxima geração de carros.
O primeiro grande passo para mudar o campeonato foi dado no ano passado com a aprovação da nova configuração das unidades de potência. A F1 concordou em manter o motor turbo híbrido V6, mas com ajustes fundamentais para ampliar a noção de sustentabilidade e a redução dos custos. Ficou definido o aumento de energia elétrica nas unidades, o fim do MGU-H (peça utilizada para recuperação de energia), e um novo MGU-K que gera o triplo de potência.
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Embora a entidade máxima do esporte tenha permitido a continuidade do conceito do efeito solo, os carros também terão outra concepção em 2026. Os modelos vão se tornar mais curtos, estreitos e mais leves. Os carros pesarão 768 kg (722 kg de peso entre carro e piloto + 46 kg como massa estimada do pneu) e serão, portanto, 30 kg mais leves que a atual geração de carros de F1, melhorando eficiência e capacidade de gerenciamento.
- Esses regulamentos marcam um momento significativo no futuro do nosso esporte, pois esperamos ansiosamente por uma nova geração de carros e unidades de potência que visam proporcionar aos nossos fãs corridas mais próximas e emocionantes - disse Stefano Domenicali, CEO da Fórmula 1.
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A distância entre eixos cai de um máximo de 3.600 mm para 3.400 mm, enquanto a largura foi reduzida de 2.000 mm para 1.900 mm. A largura máxima do piso será então reduzida em 150 mm. A potência da parte endotérmica cai de 550-560 kW para 400 kW, enquanto o elemento bateria aumenta consideravelmente, passando de 120 kW para 350 kW, com aumento de quase 300% na energia elétrica. Além disso, a quantidade de energia que pode ser recuperada durante a travagem é duplicada, com uma energia recuperável total de 8,5 MJ por rotação.
Os pneus seguem com 18″, mas a largura dos pneus dianteiros será reduzida em 25 mm e a traseira em 30 mm, com perda mínima de aderência.
Outra grande mudança é o fim do DRS (Drag Reduction System), que permite a abertura da asa traseira para facilitar ultrapassagens em determinados pontos da pista. A partir de 2026, os carros vão contar com o MOM, ou Modo de Ultrapassagem Manual, que vai dar um ganho de potência para os carros quando estiverem próximos aos carros da frente.
O novo regulamento é sustentado por quatro pilares. O primeiro deles diz respeito à manutenção do espetáculo, com a unidade de potência em desempenho semelhante aos atuais, utilizando combustão interna de alta potência e alta rotação; o cuidado em relação ao meio ambiente, com aumento na implantação de energia elétrica na unidade em até 50%, e utilizando combustível 100% sustentável.
O terceiro é sustentabilidade financeira, com regulamentos que reduzem os custos gerais para os competidores e a atração para novas montadoras, buscando outras fábricas para manter o esporte em um nível competitivo.
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- Com este conjunto de regulamentos, a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) procurou desenvolver uma nova geração de carros que esteja totalmente em contato com o DNA da Fórmula 1 — carros que sejam leves, extremamente rápidos e ágeis, mas que também permaneçam na vanguarda da tecnologia. E para conseguir isso, trabalhamos no que chamamos de conceito de ‘carro ágil - disse Nikolas Tombazis, diretor-técnico da área de monopostos da FIA.
- Mais leves, mais potentes e mais focados nas habilidades dos pilotos, os Regulamentos Técnicos da Fórmula 1 para 2026 foram projetados para proporcionar corridas mais próximas entre os competidores, aumentar a competição entre as equipes e melhorar o espetáculo - acrescentou o dirigente.
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A partir de 2026, todos os combustíveis devem ser totalmente sustentáveis. A economia geral de gases de efeito estufa estará em linha e permanecerá de acordo com os últimos padrões à medida que evoluem. A vazão de combustível para o ICE (motor de combustão interna) será limitada pela energia, não pela massa ou volume, e mais parâmetros serão limitados para garantir que o combustível desenvolvido seja uma gasolina relevante e que será competitiva qualquer que seja o método de produção produzido.