O presidente do Comitê Organizador dos Jogos de Tóquio, Yoshiro Mori, de 83 anos, deu declarações polêmicas durante um evento do Comitê Olímpico do Japonês. Segundo o jornal Asahi Shimbun, o dirigente teria afirmado que as mulheres "falam demais" nas reuniões, o que seria "irritante", e sugeriu que uma maior presença de membros do sexo feminino nos debates deveria estar associada a um limite de tempo de fala para não estender os encontros.
As falas foram dadas em resposta a uma pergunta sobre a meta do Comitê Olímpico Japonês de ter mais de 40% de mulheres em seu quadro de executivos. Só cinco dos 24 membros eram do sexo feminino em novembro.
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- Os conselhos de administração com muitas mulheres levam muito tempo. Se você aumenta o número de membros executivos femininos, e se seu tempo de palavra não estiver limitado em certa medida, terão dificuldade para terminar, o que é irritante - declarou o dirigente, que ainda enalteceu a postura das mulheres de sua organização.
- As mulheres têm o espírito de competição. Se uma levanta a mão (para falar), as outras acham que também devem se expressar. É por isso que todas acabam falando. Temos oito mulheres no Comitê Organizador, mas elas sabem ficar em seu lugar - completou Shimbun.
Shimbun, que é bastante conhecido por gafes públicas, sobretudo durante seu mandato como primeiro-ministro, teria despertado risos de executivos com sua fala, mas as declarações machistas causaram uma enxurrada de críticas nas redes sociais cobrando sua renúncia.
O Movimento Olímpico ainda trava uma luta pela igualdade de gênero em meio à falta de representação feminina em cargos de chefia. Nas Federações Internacionais, atualmente, há apenas duas mulheres ocupando cargos de presidência. A espanhola Marisol Casado está à frente da entidade que comanda o triatlo entre os esportes olímpicos de Verão, enquanto a escocesa Kate Caithness é a chefe da Federação de Curling.
Nesta semana, o presidente do Comitê Organizador também declarou que os Jogos de 2021 vão acontecer "independentemente da situação do coronavírus".