Em prova com chuva, muita névoa e muito frio na chegada em forte subida, o italiano Giulio Ciccone, da Trek, surpreendeu e venceu a 16ª etapa do Giro da Itália, entre Lovere e Ponte di Regno. Ele escapou nos quilômetros finais e, após travar um ótimo duelo com Jan Hirt, tcheco da Astana que era um dos favoritos para a etapa, levou a melhor.
A sua vitória pouco importou para a classificação geral (Maglia Rosa), mas foi excepcional para a sua categoria, que é a de melhor montanhista. Ele chegou aos 229 pontos e praticamente garantiu este título.
Os dois grandes beneficiados na disputa pelo título na classificação final foram o equatoriano Richard Caparaz e o italiano Vicenzo Nibali, que chegaram um grupo logo atrás dos vencedores e com 1m20s à frente do esloveno Primoz Roglic. Isso fez o equattoniano Caparaz abrir 1m47s sobre o vice-líder, que agora é de Nibali, com Roglic a 2m09 do ponteiro.
A etapa a 17 de 21 do Giro ocorrerá nesta quarta-feira, entre Val di Sole e Anterselva, com 181km. Há quatro montanhas categorizadas, uma delas categoria 2. A tendência é Carapaz e Nibali abrirem vantagem sobre Roglic. Mikel Landa (3m15s atrás) tem a sua última chance para encostar no trio de favoritos. Os demais já podem se considerar cartas fora do baralho.
Saiba como está a briga
Restam cinco etapas e o título parece mesmo estar em disputa entre os três primeiros.
Richard Carapaz - É a surpresa. O equatoriano da Movistar nem começou como o capitão (ciclista a ser ajudado pelo time) na ausência de Nairo Quintana (o campeão de 2014 se prepara para a Volta de France e declinou de disputar o Giro-2019), pois esse status é de Mikel Landa, o atual quarto colocado. Mas venceu duas etapas e está sempre próximo do Top3. Como ainda tem duas etapas em montanha para tentar ampliar a diferença para Roglic, sua chance é grande.
Vicenzo Nibali - Está a 1m47 de Carapaz, mas apenas 22 segundos à frente de Roglic. Assim, o italiano – campeão da prova em 2013 e 2016 – precisará trabalhar em duas frentes: encostar em Carapaz nas montanhas e ampliar a distância para Roglic. Se essa diferença para o esloveno ficar abaixo de um minuto, ele provavelmente não terá chances de mantê-la num contrarrelógio.
Primoz Roglic - Está sofrendo com a falta de bons gregários (ajudantes ) na Jumbo. Ainda assim está mantendo uma diferença possível de ser tirada na última etapa, um contra-relógio. Primoz não tem concorrência neste tempo de prova e a tendência é conseguir tirar cerca de dois minutos. Por isso ainda segue bem cotado.