O projeto de lei que pode proibir o patrocínio no esporte de bebidas com alto teor de açúcar foi criticado ontem em audiência pública que debateu o tema na Câmara dos Deputados, em Brasília. Um dos críticos foi o ex-jogador de vôlei Bernard Rajzman, diretor de relações institucionais do COB, para quem a aprovação da proposta irá prejudicar ainda mais o esporte brasileiro que já passa por dificuldades por conta da crise econômica do país.
- O país já míngua em investimentos de patrocínio em função da economia e seria injusto punir o esporte dessa forma - comentou Bernard.
O ex-jogador de vôlei medalhista de prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984, ainda relembrou dos tempos em que tomava refrigerante durante as partidas.
- Quando eu era atleta, no meio do tempo parávamos para pegar um refrigente pois aquilo dava energia e dava muito certo. Eu voltava com gás total - comentou durante o debate o atual diretor do COB.
Além de deputados e representantes de entidades dos setores de saúde e do mercado publicitário, a audiência pública também contou com a presença do especialista em direito desportivo Pedro Trengrouse, que falou sobre o impacto que a proposta pode ter nos investimentos em patrocínio esportivo.
- O esporte vive uma crise pós-Olimpíada que impacta nos patrocínios que estagnaram. E um projeto como esse tem impacto brutal, de quase 20% da verba que o esporte recebe hoje no Brasil - apontou Trengrouse.