Consta que o gênio Pablo Picasso assim respondia quando alguém atribuía seu sucesso à sorte: “Sim, a sorte bate muito à minha porta. E ela sempre me encontra no mesmo lugar: no meu ateliê, trabalhando”. Já Tiger Woods dizia que, quanto mais treinava, mais sorte tinha. No GP do Brasil, disputado sob intensa chuva, o campeão Max Verstappen provou que fortuna audaces sequitur – a sorte acompanha os audazes.
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Bortoleto na Fórmula 1
A F1 chegou ao Brasil com uma grande notícia para nós: Gabriel Bortoleto assinou um "multi year contract" com a Sauber. Embora o time suíço seja hoje o mais fraco do grid, cabe lembrar que ele foi vendido para a Audi. Tende, portanto, a ser uma equipe bem estruturada ao menos a partir de 2026. No mercado de pilotos, seguem as especulações sobre a 2ª vaga na Red Bull. Após a coleção de fracassos e vexames recentes de Sergio Perez (não vou nem falar nisso para não gastar vela boa com defunto ruim), parece certo que o mexicano será “promovido para o mercado”. Christian Horner foi visto no motorhome da Williams, o que gerou especulações acerca da contratação de Franco Colapinto, argentino que, embora talentoso, estará desempregado ano que vem. Será que se cogita a promoção de um dos pilotos da Racing Bulls para o time principal? Lian Lawson vem dando show, mas é o pequeno Yuki Tsunoda que vai testar a Red Bull nos próximos dias.
Se o campeonato chegou ao Brasil com ventos favoráveis a Lando Norris, piloto dominante na 2ª parte da temporada, Verstappen foi mais uma vez bafejado pela sorte. Tudo indicava o contrário, pois além de ter tido problemas na classificação, ele ainda recebeu uma punição de 5 posições no grid, por força da troca do câmbio, caindo para o 17º lugar de partida.
Tendo largado na pole, Norris foi ultrapassado por Russel, mas seguia no seu encalço. Numa prova com muitos erros e batidas decorrentes da chuva, os dois pararam juntos para troca de pneus, e o piloto da McLaren já se preparava para dar o bote. Foi quando, numa trapaça do destino, Colapinto bateu feio, provocando uma bandeira vermelha e a interrupção da prova. Como pela regra os carros podem trocar pneus livremente nessas condições, Verstappen economizou uma parada, mantendo-se no 2º lugar que ocupava no momento da batida. Na relargada que se seguiu ele passou como um foguete por Esteban Ocon, que liderava a prova – também porque não havia parado.
Enquanto isso, Norris amargava um 6º lugar, aparentemente incapaz de recuperar posições. Verstappen venceu em grande estilo, sendo seguido por Ocon e Gasly, que levaram as duas Alpines para o pódio.
Norris chegou ao Brasil com uma diferença de 43 pontos para Verstappen, agora está 62 pontos atrás, faltando apenas 3 provas para o final da temporada – com o total de 86 pontos em jogo. Vamos às estatísticas, segundo a IA: a probabilidade de Norris vencer as 3 provas faltantes e obter os pontos adicionais (da Sprint do Qatar e das melhores voltas) é de 12,5%. Já a probabilidade de Verstappen ter resultados ruins o suficiente para que o inglês o ultrapasse é de 6,25%. As chances, portanto, de Norris se sagrar campeão são de 1/32, ou seja, 3,12%. Mas, como disse groucho Marx, é muito perigoso fazer previsões, sobretudo quanto ao futuro.
➡️Coluna do Bichara: vitória do Laranja errado
Edson Pinto, distinto leitor da coluna em Porto Velho, observou que em 1221 provas até hoje disputadas na F1, apenas 5 vezes alguém saiu de 17º para vencer a corrida. Domingo passado Verstappen provou que merece ser, uma vez mais, campeão.