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Coluna do Bichara: na procissão monegasca, o santo de casa fez milagre

O GP de Mônaco reservou muitas emoções para os fás de Fórmula 1

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imagem cameraCharles Leclerc é o piloto monegasco da Ferrari que venceu o GP de Mônaco (Foto: Nicolas Tucat / AFP)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 28/05/2024
21:31

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A F1 corre nas ruas do Principado de Monte Carlo desde 1929. Até os anos 60, os carros tinham pouco mais de 3 metros de comprimento, e aproximadamente 1,50 de largura. No início dos anos 90, passaram um pouco dos 4 metros de comprimento e  2 de largura. Hoje eles têm 5,60 metros. Ou seja, essa anabolização dos carros fez Monaco se tornar um circuito anacrônico para a F1 atual, praticamente impassível de ultrapassagens. Isso não quer dizer que o final de semana não tenha tido animação...

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O circo chegou a Mônaco ainda lembrando os 30 anos da precoce partida de Ayrton Senna, AKA “Mr. Mônaco”, o piloto que até hoje mais ali venceu – 6 vezes. Dentre as muitas homenagens recebidas, a mais sensacional foi a da McLaren - equipe onde ele ganhou os seus 3 títulos. Seus carros chegaram ao principado com uma linda pintura verde amarela, acompanhada nos macacões dos pilotos que traziamo “S” estilizado, a marca do brasileiro.  A equipe inglesa deu um show de marketing neste final de semana, postando também depoimentos de vários funcionários que trabalharam com Senna. Confira aqui, vale a pena: Senna stories: Our people share their memories of Ayrton (mclaren.com).

Seguiu rendendo muito assunto também o fato de que, ainda em Ímola, todos os pilotos posaram para uma foto usando uma camiseta em homenagem a Ayrton, menos Max Verstappen. A assessoria de imprensa do holandês divulgou a versão de que na hora da foto não sobrou camisa para ele. Embora essa versão tenha sido comprada pelo valor de face e repetida na transmissão da Band, o competente repórter Rafael Lopes fez uma apuração detalhada, com direito a um vídeo do momento onde Sebastian Vettel oferece uma camisa para Verstappen, que declina. O campeão pode ser um gênio das pistas mas é um bobalhão fora delas. Por que não homenagear um (senão ídolo) campeão falecido? Seguramente para não ficar mal com o sogrão. Papelão.

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Com a particularidade da pista de Mônaco, é possível afirmar que o vencedor se define no sábado, daí a importância superlativa da qualificação. Apesar disso, Sergio Perez novamente decepcionou, ficando no Q1 pela 2ª vez consecutiva. Insisto aqui na campanha “Perez já deu”. É fundamental que a Red Bull coloque alguém competitivo para o ano que vem. Já Verstappen cometeu um leve e raro erro na sua volta rápida, sacrificando a classificação. Com isso, a pole ficou com o herói local Charles Leclerc, seguido de Oscar Piastri, Carlos Sainz, Lando Norris, Gerorge Russel , e só então Verstappen. Como é bom ver as Ferrari e as McLaren na briga!

No domingo a expectativa era de procissão. Mas antes dela, houve uma animadíssima e breve 1ª volta. Em Mônaco a 1ª curva fica poucos metros após a largada, sendo dificílima qualquer manobra agressiva. Mesmo assim, Sainz foi pra cima de Piastri,  eles acabaram se tocando e o espanhol teve um pneu furado. Mais atrás, no final do pelotão, Kevin Magnussem tentou passar Perez por uma brecha inexistente, provocando um toque e acidente violento entre o mexicano e as duas Haas. Os três saíram imediatamente da prova, que foi então suspensa. Um pouco mais a frente, as duas Alpine se encontraram, numa tentativa desastrada de ultrapassagem de Esteban Ocon em cima de Pierre Gasly, que acabou tirando o primeiro da prova.

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A corrida foi interrompida, já com 4 carros de fora.  Com a interrupção, todos puderam efetuar a troca obrigatória de pneus, se preparando para ir até o fim sem parar novamente. Em Mônaco, como o circuito é pequeno e travado, é impossível fazer um undercut porque sempre se volta no tráfego. Então essa suspensão acabou determinando uma estratégia a ser seguida por quase todos, terminando por vez de sepultar as esperanças de uma prova que não fosse tediosa.

Após 40 minutos deu-se a relargada, aí sem surpresa. A prova seguiu em sonolento ritmo, sem qualquer ultrapassagem entre os 10 primeiros, nem mesmo no geral.

Leclerc quebrou a escrita do seu azar em casa, e chegou à primeira vitória de um monegascono principado, seguido por Piastri e Leclerc. No pódio, o súdito ilustre foi recebido por um Principe Albert de braços abertos, olhos marejados e livre do protoloco: o príncipe estourou ele mesmo um champanhe – que bebericou na garrafa - e se integrou à comemoração, ao som da banda do Corpo de Bombeiros de Mônaco. Na sequência, Leclerc e Fred Vasseur deram um belo mergulho nas aguas límpidas do Mediterraneo, de roupa e tudo. Realmente eles têm muito a comemorar: além da vitória, no mundial de construtores, a Ferrari está apenas 24 pontos atrás da Red Bull. Forza!

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