Em comunicado oficial, COB pede o adiamento da Olimpíada para 2021

Comitê Olímpico Brasileiro faz apelo ao COI e alega que os atletas não têm mais condições de competirem no seu melhor nível, em virtude dos regimes de quarentena pelo mundo

imagem cameraCOB pede o adiamento das Olimpíadas para 2021  (Sergio Moraes/AFP)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 21/03/2020
12:48
Atualizado em 21/03/2020
13:18
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Neste sábado, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) pediu, através de um comunicado oficial em seu site oficial, o adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio para 2021, em virtude da pandemia do novo coronavírus que afeta a população mundial.  Com isso, o COB acredita que a Olimpíada possa ser realizada no próximo ano, no mesmo período: entre 24 de julho e 9 de agosto de 2021.

Este comunicado vai na contramão das últimas decisões do Comitê Olímpico Internacional (COI) que segue com a programação normal dos Jogos e diz que não há necessidade de mudanças drásticas no momento. Durante a semana, em entrevista ao jornal "The New York Times", o presidente do COI, Thomas Bach, reafirmou o desejo de iniciar os Jogos na data prevista, dia 24 de julho deste ano.

A postura da entidade, de seu presidente, e do governo japonês tem causado a revolta de desportistas e dirigentes pelo mundo. Vale destacar que, ao longo da semana, diversos grandes eventos esportivos foram adiados para 2021 como a Copa América e a Eurocopa.

Além do COB, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) também defendeu o adiamento da Olimpíada e da Paralimpíada de Tóquio para 2021. Ambas as entidades fecharam seus centros de treinamento como forma de prevenção a disseminação do COVID-19 e o alto risco de contágio. No mundo todo, o cenário é de regime de quarentena e atenção total ao novo vírus.

No comunicado oficial, o Comitê Olímpico do Brasil alega que defende o adiamento dos Jogos em virtude da dificuldade dos atletas na preparação para o evento. Para a entidade, os desportistas não têm mais condições de competirem no seu melhor nível por causa dos riscos da doença.

– Como judoca e ex-técnico da modalidade, aprendi que o sonho de todo atleta é disputar uma Olímpiada em suas melhores condições. Está claro que, neste momento, manter os Jogos para este ano impedirá que este sonho seja realizado em sua plenitude – ressaltou o presidente do COB, Paulo Wanderley.

O COB também comenta que o possível adiamento não altera a confiança no Comitê Olímpico Internacional e que a entidade já conseguiu superar dificuldades em outros Jogos através da esperança da chama olímpica e da força do esporte.

– O COI já passou por problemas imensos anteriormente, como nos episódios que culminaram no cancelamento dos Jogos de 1916, 1940 e 1944, por conta das Guerras Mundiais, e nos boicotes de Moscou-80 e Los Angeles-84. A entidade soube ultrapassar estes obstáculos, e vemos a Chama Olímpica mais forte do que nunca. Tenho certeza de que o Thomas Bach, atleta medalha de ouro em Montreal-76, está plenamente preparado para nos liderar neste momento de dificuldade - afirmou Paulo Wanderley.

Confira na íntegra o comunicado oficial do COB

O Comitê Olímpico do Brasil defende a transferência dos Jogos Olímpicos de Tóquio para 2021, em período equivalente ao originalmente marcado, entre o fim de julho e a primeira quinzena de agosto.

A posição do COB se dá por conta do notório agravamento da pandemia do COVID-19, que já infectou 250 mil pessoas em todo o mundo, e pela consequente dificuldade dos atletas de manterem seu melhor nível competitivo pela necessidade de paralisação dos treinos e competições em escala global.

'Como judoca e ex-técnico da modalidade, aprendi que o sonho de todo atleta é disputar os Jogos Olímpicos em suas melhores condições. Está claro que, neste momento, manter os Jogos para este ano impedirá que este sonho seja realizado em sua plenitude', afirma o presidente do COB, Paulo Wanderley, que comandou a seleção brasileira em Barcelona 1992.

O COB ressalta que a sugestão de adiamento em nada altera a confiança da entidade no Comitê Olímpico Internacional (COI) de que a melhor solução para o Olimpismo será tomada.

'O COI já passou por problemas imensos anteriormente, como nos episódios que culminaram no cancelamento dos Jogos de 1916, 1940 e 1944, por conta das Guerras Mundiais, e nos boicotes de Moscou 1980 e Los Angeles 1984. A entidade soube ultrapassar estes obstáculos, e vemos a Chama Olímpica mais forte do que nunca. Tenho certeza de que o Thomas Bach, atleta medalha de ouro em Montreal 1976, está plenamente preparado para nos liderar neste momento de dificuldade', completa Paulo Wanderley.

Desde o início da pandemia, o COB tem priorizado a saúde e o bem-estar dos atletas brasileiros e colaboradores do Comitê. Ha uma semana, a entidade cancelou eventos públicos e preparatórios para os Jogos e determinou na terça-feira o fechamento total do CT Time Brasil.

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