Conheça as vítimas do acidente com atletas de remo no Paraná
Motorista e oito atletas de projeto sócio-esportivo faleceram em tragédia
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O acidente com a van que transportava os atletas do projeto Remar para o Futuro, na manhã de segunda-feira (21), na BR-376, no Paraná, encerrou de forma precoce a vida de sete jovens remadores, do coordenador do projeto e do motorista do veículo. Todos os competidores tinham entre 15 e 20 anos.
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A equipe estava saindo da capital paulista, depois de uma disputa realizada na Universidade de São Paulo, onde os atletas conquistaram sete medalhas. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), foram envolvidos no acidente uma carreta contêiner, um carro de passeio e a van da equipe de remo no Km 665 da rodovia, em direção a Santa Catarina. Veja quem foram as vítimas do acidente com a equipe de remo no Paraná:
Angel Souto Vidal
A jovem de 16 anos, que gostava da companhia dos amigos e da família, tinha no remo uma das grandes paixões de sua vida. Via redes sociais, as fotos que compartilhava envolviam sempre essas três coisas.
No domingo, ela postou uma sequência de fotos na rede social após conquistar três medalhas (duas de prata e uma de bronze) no Campeonato Brasileiro Unificado, competição que disputou em São Paulo. Em todas as imagens ela aparece ao lado das amigas e companheiras de esporte.
Filha da técnica de enfermagem Chris Gotuzzo, Angel postou no início do ano uma foto ao lado da mãe com uma legenda que exprimia todo o carinho que tinha por ela. “Pra pessoa que dá o sangue por mim, e vive na correria todos os dias. Sinceramente, não sei o que faria sem você. Tu é uma das minhas pessoas de conforto, razão do meu sorriso, e a força nos meus dias difíceis.”
Helen Belony
Aos 20 anos, Helen Belony era apontada como uma promessa do remo feminino brasileiro. Conquistou um ouro e dois bronzes no Campeonato Brasileiro Unificado, que disputou na semana passada, em São Paulo.
No ano passado, Helen teve sua história contada no Esporte Espetacular, da TV Globo. Filha da dona de casa Elizabeth Centeno Ferreira e do aposentado Colman Ferreira, vinha da periferia e tinha uma história de muita luta desde que nasceu.
— Minha mãe já tinha mais de 40 anos, já tinha quatro filhos. Falaram para ela que seria uma gravidez de alto risco. Na hora do meu parto ela teve pressão alta —, contou Helen na reportagem.
Colman Ferreira disse que a médica, então, chegou para ele e perguntou: “tu quer tua filha ou tua esposa?”.
— Minha mãe falou que se fosse pra escolher, era pra escolher que eu ficasse viva —, complementou Helen. Depois, deu tudo certo. Mãe e filha ficaram bem.
Foi por indicação de professores no início da adolescência que Helen ingressou no projeto Remar para o Futuro. O porte físico era indício de que ela tinha perfil para o remo. Ela, então, superou o medo d’água, aprendeu a nadar e começou a se destacar naturalmente. Chegou a treinar pelo Flamengo, no Rio. Atualmente, além do remo, cursava fisioterapia.
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Henry Fontoura Guimarães
A paixão pelo remo era tanta que usava seu Instagram basicamente para mostrar sua rotina de treinos. Nas poucas vezes em que o esporte não aparecia nas postagens, era por causa de alguma declaração de amor do jovem de 17 anos para a namorada, Brenda, também remadora.
Henry conquistou ouro no Campeonato Brasileiro Unificado, disputado em São Paulo e de onde os atletas voltavam quando a van em que estavam se acidentou. Ele era um dos quatro integrantes do skiff masculino sub-19.
João Pedro Kerchiner da Silva
Aos 18 anos, João Pedro se orgulhava de suas conquistas no remo. Era outro que usava as redes sociais para colocar a modalidade em evidência. No fim de semana, postou vídeo da disputa do skiff em que fora medalhista. “Valeu time pela medalha de ouro. Tamo junto!!! Valeu pelo esforço também, porque sem a nossa determinação a gente não iria conseguir.”
Dividir os méritos, aliás, era uma constante para João Pedro. Eram raras as postagens em que ele aparecia sozinho. Na maioria, fazia menção aos companheiros. “Obrigado, Henry, por essa prova incrível”, escreveu na legenda de uma foto do ano passado. “Rumo ao RJ com a melhor equipe do Brasil - Remar para o Futuro”, escreveu em outra.
Nicole da Cruz
Uma das mais novas da delegação, Nicole, de apenas 15 anos, era mais uma que utilizava as redes sociais para compartilhar o dia a dia de treinos. A grande maioria das publicações mostram a dedicação da jovem ao remo e o amor ao projeto do qual fazia parte. Em postagem do último dia 2 de fevereiro. escreveu bonita declaração sobre o esporte, agradecendo aqueles que a apoiavam.
- Ser atleta é um estilo de vida único, cheio de desafios e altos e baixos. A rotina de um atleta envolve muito mais que apenas treino e competição, é ter que dedicar horas do seu dia, treinos intensos e às vezes sacrificando tempo com família e amigos, abrindo mão de muitas coisas. Além disso, tem a parte de passar por altos e baixos, de querer se superar, e ter alguma pedra no caminho, mas mesmo assim conseguir ganhar de si mesmo. E tirando os momentos de risadas que ganhamos ao longo do tempo, as amizades, e as lembranças. Sou muito grata pela minha equipe de treino, toda equipe de suporte e todos os patrocinadores! - publicou Nicole.
Oguener Tissot
Coordenador técnico do Remar para o Futuro, Oguener Tissot era um dos principais nomes do remo no sul do país. Em entrevista recente ao podcast DDD 53, o treinador revelou que começou a praticar a modalidade aos 12 anos e se tornou um apaixonado pelo esporte já na infância. Aos 43 anos, profissional deixa filho de seis.
— Foi paixão à primeira vista. Fui criado na rua, brincando com os amigos, jogando bola, andando de carrinho de rolimã. Às vezes, a gente saía para dar umas caminhadas e passava pela região do porto. Chegando nas doquinhas, me lembro que a primeira vista que eu tive foi dos barcos passando. Fiquei vidrado - contou Oguener.
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Ricardo Leal da Cunha
Motorista da van que transportava a equipe do Remar para o Futuro, Ricardo Leal da Cunha não tinha ligação direta com o projeto. Aos 52 anos, é o mais velho entre os vitimados no acidente na BR-376, no Paraná.
Samuel Benites Lopes
Ao lado de Nicole, Samuel é uma das vítimas mais jovens da tragédia, com apenas 15 anos. Integrou a equipe que conquistou medalha de ouro no Campeonato Brasileiro Unificado, disputado no fim de semana, no four skiff masculino.
Vitor Fernandes Camargo
Vitor, de 17 anos, tinha o costume de publicar vídeos e fotos de treinos e viagens em suas redes sociais. Em publicação do último dia 2 de fevereiro, o jovem atleta compartilhou depoimento sobre a importância da dedicação ao esporte em sua vida.
- O remo algo que me mudou pouco a pouco e me fez pensar de forma totalmente diferente me levou a encarar desafios físicos mentais. Me dá motivação pra acordar cedo todos os dias e fazer oq tem que ser feito pra alcançar o meu melhor. Alguns treinos são péssimos, são neles que tento aprender e ver nos meus erros uma razão pra treinar mais e corrigi-los, pois sei que cada dia de treino vai me levar mais perto dos meus objetivos. Competir e só a cereja do bolo - compartilhou Vitor.
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