Técnico de Pâmela Rosa acredita no ouro em Tóquio: ‘Talento fenomenal’

 Leandro divide sua expertise com uma das atletas mais promissoras do skate mundial e acredita que, após a Olimpíada, o Brasil pode ser o país do skate, assim como do futebol

imagem cameraLeandro Macaé, skatista profissional, foca trabalho em skatistas de alto rendimento (Foto: Divulgação)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 05/07/2021
17:22
Atualizado em 05/07/2021
17:51
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O skate surgiu na Califórnia, nos Estados Unidos, no início dos anos 60, inventado por surfistas como opção nos dias em que não havia ondas. Com o passar do tempo a prática foi ganhando adeptos em todo o mundo, tornando-se um estilo de vida para uns e esporte de competição para outros.

Para Leandro Lourenço Silva, natural do Rio de Janeiro, que passou boa parte da sua vida na cidade de Macaé, o skate chegou a ser brincadeira de criança por um determinado tempo, porém virou coisa séria após algumas competições, ainda na década de 90.

- Foram 14 anos vivendo como skatista amador. Neste período adquiri uma bagagem que nenhum outro esporte poderia me dar, conhecendo pessoas, lugares, culturas, até me tornar profissional em 2004, pela Confederação Brasileira de Skate (CBSK) - contou o técnico.

A partir daí os títulos conquistados mundo a fora deram a Leandro Macaé, como é conhecido, mais exposição no cenário mundial do skate. E em uma das competições, foi convidado pela marca californiana Black Flys Eyewear a fazer parte da equipe e, assim, viver do esporte na costa Oeste do território norte-americano.

Radicado no berço do skate desde 2018, Macaé abriu um espaço na vida de atleta para dedicar-se à carreira de treinador, em que passou a desenvolver um trabalho diferenciado, voltado a skatistas de alto rendimento. Com os êxitos obtidos alguns deles passaram a contratá-lo, dentre eles, atletas como Virginia Fortes e Wyatt Hammond (fenômeno norte-americano).

- Além de trabalhar incansavelmente com alguns atletas na parte do dia eu ainda conseguia tempo à noite, em casa, para o desenvolvimento de treinamentos do esporte, buscando a progressão mais rápida e eficaz já que eu não tinha referências, porque o trabalho como técnico de skate é muito recente e posso até afirmar que sou um dos pioneiros. E cem por cento do trabalho que faço, que eu aplico, foram desenvolvidos por mim. Hoje me tornei um coach (treinador) requisitado pelos melhores skatistas do planeta de toda parte do mundo - destaca Leandro Macaé.

Ao ser contratado pela equipe da Pâmela Rosa, de 21 anos, favorita à medalha olímpica, ele decidiu focar cem por cento na atleta.

- Resolvi parar por um tempo de treinar outros atletas para focar exclusivamente na medalha de ouro que a Pâmela poderá trazer para o Brasil. Com a disciplina e o talento fenomenal que ela possui somados ao trabalho que estamos fazendo, que é 60% mental e 40% físico e técnico, eu vejo grandes chances de obtermos o melhor resultado para o Brasil. Uma forma de devolver ao nosso país a alegria de uma conquista da tão sonhada medalha olímpica - aposta Leandro Macaé.

Treinamento Olímpico

Embora alguns atletas comparem as Olimpíadas com outras competições, como "apenas mais uma”, Leandro reconhece a magnitude do evento.

- O mundo inteiro vai estar de olho e com certeza a preparação muda também, assim como os treinos. Eu fui contratado pra essa reta final da classificação para Olimpíada no início deste ano e, desde então, estamos trabalhando muito duro, dia após dia, para obter o melhor resultado. Isso envolve fazer a manutenção das manobras e, sobretudo, preparar a parte mental. Porque é bem louco uma competição de skate, que resume colocar em prática tudo o que você fez a vida inteira em pouco segundos. E neste caso, com a estréia do esporte nas Olimpíadas, outras emoções e demandas começaram a surgir - explica o treinador ao se referir às expectativas do país e da imprensa nos atletas.

Leandro também acredita que, com o Skate nas Olimpíadas, a modalidade terá mais espaço no mundo esportivo e atrairá mais adeptos.

- O Skate é um dos esportes que mais une as pessoas, raças e classes sociais. Acredito que, após o evento, crescerá muito o número de adeptos. Creio que o Brasil será o país do skate, assim como futebol - finalizou Leandro.

Tóquio 2020

O skate estreia como modalidade na Olímpíada em Tóquio-2020. O Brasil será representado por 12 atletas, o total máximo permitido por país.

Pâmela Rosa é campeã mundial, líder do ranking olímpico e irá competir na modalidade skate street, que simula obstáculos naturais de rua como; escadas, corrimão, pequenas rampas, etc.

No estilo street, a seleção brasileira contará com Pâmela Rosa, Rayssa Leal, Leticia Bufoni, Kelvin Hoefler, Felipe Gustavo e Giovanni Vianna.

No park, a delegação nacional terá Luiz Francisco, Pedro Barros, Pedro Quintas, Dora Varella, Isadora Pacheco e Yndiara Asp.

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