O queniano Geoffrey Kirui larga hoje (5/10) na maratona do Mundial de Atletismo, em Doha, no Qatar, como favorito ao bicampeonato. Há dois anos, em Londres, ele fechou a prova da principal competição do mundo do atletismo após as Olimpíadas em 2h08m27s. Mas antes de ir para o Mundial de Atletismo de 2017, o queniano, de 24 anos, em sua terceira prova de 42km na carreira, foi campeão da Maratona de Boston, em 2h09m37s. Este ano, seu melhor tempo foi em Boston, com 2h08m55s. Por causa das altas temperaturas da cidade, a prova acontece às 23h59m no horário local (17h59m, no de Brasília). O Sportv 2 transmite.
Três brasileiros na disputa da maratona
O clima será o principal adversário dos maratonistas. Na semana passada, também no sábado e no mesmo horário, na disputa da prova feminina - vencida pela queniana Ruth Chepngetich, em 2h32m43s, seguida por Rose Chelimo, do Bahrein, e por Helalia Johannes, da Namíbia -, a temperatura passou dos 30°C, com sensação térmica de 41°C, além de uma umidade relativa do ar de 74%. Das 70 atletas inscritas, apenas 40 cruzaram a linha de chegada.
Hoje, 73 maratonistas estão inscritos na prova. Entre eles, há três brasileiros. Wellington Bezerra da Silva, com seu melhor tempo em 2h13m34s, obtido na Maratona de Hamburgo, na Alemanha, deste ano; Vagner da Silva Noronha, com 2h14m57s, na Maratona de Berlim de 2018 e com 2h19m14s na Maratona de Hamburgo de 2019; e Paulo Roberto de Almeida Paula, com sua melhor marca em 2h10m23s, na Maratona de Padova, na Itália, em 2012, e de 2h14m34s, este ano, na Maratona de Hamburgo.
Pela primeira vez, a maratona do Mundial de Atletismo é disputada à meia-noite. O percurso é totalmente iluminado e em loop ao longo da orla da praia de Corniche, que liga a Baía de Doha e o centro da cidade.
É provável que o título da maratona masculina fique com um africano. Mas, devido às condições climáticas, dificilmente haverá quebra de recorde. Desde 2009, a melhor marca da maratona do Mundial de Atletismo, de 2h06m54s, pertence ao queniano Abel Kirui, obtida ao cruzar a linha de chegada no lendário Estádio Olímpico de Berlim.
Em 2016, no Mundial em Pequim, o então adolescente eritreia Ghirmay Ghebreslassie, de 19 anos, surpreendeu e ficou com o ouro, em 2h12m27s. Já no Mundial de 2013, em Moscou, com 2h09m51s, o campeão foi Stephen Kiprotich, de Uganda, ouro na maratona olímpica de Londres-2012, com 2h08m01s. Kiprotich, de 30 anos, também estará na prova de hoje.
Os dois títulos anteriores da maratona do Mundial de Atletismo - em Berlim-2009 e Daegu-2011 - foram para o Abel Kirui, com 2h06m54s, o recorde do campeonato, e 2h07m38s, respectivamente. Se Kiprotich tem experiência, o que dizer de Zersenay Tadese, da Eritreia, de 37 anos, ex-recordista mundial de meia maratona. Ele também está na disputa deste sábado.
Disputa entre Quênia, Etiópia e Bahrein
Mas a lógica e a história dizem que é provável que o vencedor em Doha seja queniano, etíope ou bareinita.
O melhor tempo de Geoffrey Kirui, a partir de 2016, é de 2h06m27s. Mas os outros três quenianos inscritos na maratona do Mundial já correram mais forte. Amos Kipruto tem 2h05m43s, Laban Korir, 2h05m54s e Paul Lonyangata, 2h06m10s.
Dos dez homens mais rápidos da temporada na maratona, são, com duas exceções quenianas, etíopes. Atualmente o melhor em 2019 é Kenenisa Bekeleque, que, no último domingo (29/10), fechou a Maratona de Berlim em 2h01m41s, 02s atrás do recorde mundial do queniano Eluid Kipchoge, obtido também em Berlim, no ano passado. O queniano está em segundo nesta lista após a vencer a Maratona de Londres deste ano, com 2h02m37s.
O também etíope Mosinet Geremew é o segundo no ranking da modalidade da IAAF, com 2h02m55s, obtido na Maratona de Londres deste ano, atrás de Kipchoge, que venceu a prova londrina em 2h02m37s. O terceiro na lista é outro etíope, Birhanu Legese, que fez 2h02m48s em Berlim-2019. Tanto Kenenisa, como Kipchoge e Legese não estão inscritos em Doha.
O companheiro de equipe de Geremew, Mule Wasihun, ficou em terceiro lugar em Londres, com 2h03m16s, o que o coloca em terceiro lugar no ranking mundial e como um dos favoritos na prova de hoje no Mundial de Atletismo. A eles se junta o compatriota Lelisa Desisa, de 29 anos, que, embora seu melhor tempo seja 2h04m45s, provou ter condições de brigar pelo título após vencer a Maratona de Nova York do ano passado. Em 2013, Desisa foi bronze nos 42km do Mundial de Moscou.
Elabbassi El Hassan, do Bahrein, com 2h04m43s, conseguido na Maratona de Valência, na Espanha, no ano passado, também não deve ser descartado, nem seu colega de equipe Alemu Bekele.
Outros a serem observados são o turco Polat Arikan, campeão europeu de 10.000m, em 2016, e o britânico Callum Hawkins, com seu melhor tempo em 2h08m14s, na última Maratona de Londres, pode ter aprendido a administrar uma prova em calor extremo após seu colapso angustiante enquanto liderava a maratona em Jogos da Comunidade Britânica no ano passado.