Não é novidade e nem raro ouvir histórias de ex-esportistas que perderam tudo ou quase tudo e se afundaram em dívidas. Nomes como o do ex-boxeador Maguila, do saudoso jogador Garrincha e do o ex-piloto Emerson Fittipaldi se viram no negativo. Apesar dos altos salários e da fama, nem todos conseguem garantir estabilidade financeira até a velhice.
Para muitos deles, os grandes contratos são como ganhar na mega-sena. Muitos saem do subúrbio ou de comunidades, passam a dividir um quarto com colegas. Tempos depois, recebem salários de R$ 200 mil por mês ou até mais. A maioria ainda é jovem na hora da virada, cheio de ambições, sem educação financeira e com uma família que também não sabe lidar com dinheiro. Nisso, vão à falência pouco depois de largar o esporte.
Mas há exceções. Exceções que querem muito virar a regra quando se trata de sucesso não só no campo ou em quadra, mas também nas finanças. Casos como do ex-jogador Ronaldo Fenômeno, aposentado desde 2011, que vem dedicando seu tempo fora dos gramados na carreira de empresário.
O consultor financeiro Cristiano Crix detalha os motivos que levam alguns atletas a falência. “Muitos atletas depois que se acostumam com uma vida de luxo e assumem altos gastos mensais, não aceitam a dificuldade em voltar a reduzir o orçamento quando os contratos se encerram e o dinheiro para de chegar. Assim muitos padecem”, comenta Crix, que aponta a vaidade e deslumbre como fator negativo na carreira
“Outra dificuldade que vemos como fator negativo para que eles se mantenham com os pés no chão nas finanças está na vaidade e deslumbre. Entre atletas, existem muitos que vêm de famílias humildes, com poucos recursos. Na profissão, eles se veem inseridos numa vida de luxo e querem que a família e amigos desfrutem disso com eles. Querem de todo modo, cuidar de quem amam, retribuir. Comprar casa, carro, custear viagens e restaurantes luxuosos, e roupas de marca”, explica Cristiano, apontando que não é só no Brasil que isso acontece.
Há alguns anos, dados apontavam que 78% dos atletas profissionais da liga de futebol americano (NFL) declararam falência em algum estágio da vida. Na NBA, liga nacional de basquete, a história não é diferente, o percentual de falidos chega a 69%.