Na corrida pela Chapada dos Veadeiros, uma DR com a panturrilha. Ela venceu

Bota Pra Correr, projeto da Olympikus, reúne cerca de 400 corredores em prova inédita de 21km e 10km, em Goiás

imagem cameraEu em um momento de DR com a panturrilha direita durante a etapa Chapada dos Veadeiros do Bota Pra Correr, em Alto Paraíso, em Goiás. (Divulgação)
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Lance!
Corrida Informa
Dia 09/08/2022
12:36
Atualizado em 09/08/2022
13:00
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Eram para ser 21km na etapa Chapada dos Veadeiros do Bota Pra Correr, da Olympikus, que aconteceu no último sábado (6), em Alto Paraíso de Goiás, mas tive que ficar nos 11km.

Motivo: a partir do Km 2, a panturrilha direita quis chamar a atenção.

No início, a conversa estava amistosa entre a gente, com os dois lados dialogando numa boa. Ela entendia que tínhamos treinado bem, com resultados acima das expectativas, respeitando a planilha do treinador Paulo Henrique Santos (@runpaulinho). O ritmo de 5m30m estava confortável, dentro do previsto, mas, no Km 3, a panturrilha mostrou que o papo seria mais sério. A coisa descambou para uma DR a partir do Km 5. A cada contração, ela dava um esporro.

Crise de relacionamento nas subidas e descidas

Eu dizia pra ela que tinha me entendido com o joelho esquerdo, vulgo Joel, e como o neuroma de Norton de um dos dedos do pé direito, a quem chamo só de Norton. A combinação entre nós estava fechada até a linha de chegada.

Nas retas, o entendimento com a panturrilha era tranquilo, mas, nas subidas e descidas, a DR era sinistra. E com dor muscular não se brinca. O que é só uma “dorzinha” na hora, pode se transformar em uma lesão séria, que vai te fazer perder quilômetros e quilômetros de provas e treinamentos. A experiência me diz que vale mais preservar a saúde do que fazer sacrifícios desnecessários.

E a panturrilha não quis mais papo. “Ou vocês reveem essa ideia de fazer os 21km e deixam para outra oportunidade ou vou incomodar cada vez mais!”

Corredores da etapa da Chapada dos Veadeiros do Bota Pra Correr na GO-239. (Divulgação)

Como foi a prova na Chapada dos Veadeiros

Ciente que nessa negociação ela tinha razão, aceitei as condições impostas pela panturrilha. “Vamos para os 11km”, disse. Antes de cruzar a linha de chegada, em 1h05m09s, tirei o número de peito para não ser registrado pelo controle de tempo. Avisei que estava inscrito nos 21km, e fui, justamente, desclassificado.

A explicação que consigo encontrar para a dor na panturrilha é o relevo da estrada, que alternava reta, subidas e descidas. Para não ter problemas futuros, vou reforçar esta musculatura na academia e nos treinos.

Primeira das duas etapas do Bota Pra Correr em 2022 _ que tem por objetivo divulgar o tênis Corre 2, que eu recomendo, pois não deixa nada a desejar à concorrência na mesma categoria _, a prova na Chapada dos Veadeiros nos trouxe para um lugar de uma beleza natural ímpar.

Prova feito pelo acostamento da GO-239

Na Chapada dos Veadeiros, a prova aconteceu pelo acostamento da estrada GO-239, entre as cidades de Alto Paraíso de Goiás e São Jorge, onde foi a chegada. O visual é incrível.

Bem estruturada, a prova aconteceu pela ciclovia da GO-239, com poucos buracos no asfalto. Todo o percurso foi 100% de asfalto, emoldurado por cenários exuberantes com chapadões, serras, paredões e cânions. A estrada estava bem sinalizada com cones e supervisionado pela Polícia Militar. Motos da organização transitavam para qualquer eventualidade com os cerca de 400 corredores, distribuídos nos 10km (que acabaram sendo 11km) e nos 21km. Os postos de hidratação a cada 3km surgia nos momentos certos para beber água no copo sustentável incluso no kit.

Vitória de Cipó e Raisa Marcelino nos 21km

Nos 21km, as vitórias foram de Wellington Bezerra da Silva, o Cipó, com 1h12m32s, e de Raisa Marcelino, com 1h28m55s. Nos 10km, o campeão foi Daniel Chaves, com 34m48s, e Jessica Ladeira Soares, com 39m06s.

“Foi o meu primeiro Bota Pra Correr. Entrei nos 21km com a visão de fazer um treinão, pois não conhecia o percurso, e terminei em primeiro lugar. Foi uma experiência incrível, não tenho palavras pra descrever”, disse a campeã Raisa Marcelino. “Treino há seis anos com alto rendimento e nunca tinha vivido algo assim, corri vendo e curtindo tudo ao meu redor de uma forma distinta de tudo que já presenciei em outras provas. Uma sensação indescritível. A subida do final foi desafiadora, mas a alegria e a emoção de estar ali eram muito maiores”.

Percurso pela GO-239 com cenários exuberantes com chapadões, serras, paredões e cânions. (Divulgação

As condições climáticas do cerrado, no meu caso, não eram favoráveis. No sábado, às 9h30m, enquanto aguardava para fazer uma ventosaterapia na panturrilha após a prova, a umidade do ar era de 30%. A sensação que tinha, parado, era de falta de ar e batimento cardíaco acima da média.

Apesar da minha frustração em não completar a distância planejada, valeu a pena correr na Chapada dos Veadeiros. A energia do lugar é incrível, tanto que os místicos acreditam que, por ali passar o Paralelo 14, há uma forte ligação astral entre Alto do Paraíso e a cidade peruana de Machu Picchu, outra região famosa pelo misticismo.

Classificação da etapa Chapada dos Veadeiros do Bota Pra Correr

10km masculino: 1. Daniel Chaves, em 34m48s; 2. Lucas Molina Ferreira, em 36m14s; e 3. Jonatam Torres de Souza, em 37m06s.
10km feminino: 1. Jessica Ladeira Soares, em 38m44s; 2. Janaina Borges, em 43m30s; e 3. Valeria Mello, em 44m11s.
21km masculino: 1. Wellington Bezerra da Silva. em 1h12m15s; 2. Luis Felipe Leite Barboza, em 1h16m24s; e 3. Vanilson Gomes da Rocha, em 1h16m53s.
21km feminino: 1. Raisa Marcelino, em 1h28m21s; 2. Elaine Pauly, em 1h38m51s; e 3. Patricia Maria Nicolau de Andrade, em 1h40m33s.

Cerca de 400 corredores participaram da etapa Chapada dos Veadeiros do Bota Pra Correr. (Divulgação)

Inscrições abertas para a etapa em São Miguel dos Milagres

Ao lançar o projeto Bota Pra Correr, em 2019, a Olympikus queria convidar as pessoas para conhecerem novos lugares, histórias e culturas do Brasil por meio da corrida, além de divulgar os lançamentos da família Corre, que atualmente tem os modelos Corre 2, Vento e Grafeno. No primeiro ano, as provas de 10km e 21km aconteceram no Jalapão (TO), no Pantanal (MT) e em Alter do Chão (PI). Para 2022, após a Chapada dos Veadeiros, será a vez de São Miguel dos Milagres (AL)m em 22 de outubro. As inscrições, limitadas, estão abertas no site do Bora Pra Correr ao público geral, no valor de R$ 550, que, no kit, inclui o tênis Corre 2.

“O propósito do Bota Pra Correr é construir algo relevante, proprietário e legítimo, que só uma marca brasileira poderia fazer, que é convidar o brasileiro a conhecer o seu país correndo. Indo além do óbvio. Não existe outro circuito parecido e quem está correndo tem a real sensação de que esse momento vai ser lembrado pra sempre. Estamos criando memórias e momentos únicos que vão além da uma competição, e constroem aquilo que existe de mais valioso nos hoje em dia, que é uma comunidade em torno da marca”, afirma Márcio Callage, diretor de marketing da Vulcabras, proprietária da Olympikus.

Ademir Paulino, ex-atleta profissional, também participou da etapa da Chapada dos Veadeiros. “É um evento totalmente diferente do que a gente tem visto. É uma prova que conseguiu chegar em lugares únicos, lugares paradisíacos no Brasil que enchem os olhos do corredor. O Bota Pra Correr traz um olhar completamente diferente para os destinos, para a comunidade, para os atletas, para lugares bonitos e que tragam essa beleza para dentro da corrida e deixem um legado. É um evento cuidado nos mínimos detalhes e que traz algo muito novo e diferenciado para o esporte, entregando uma prova inesquecível para todos que participam”, disse. (Iúri Totti)

Iúri Totti viajou a convite da Olympikus

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