Restando dois anos para o início dos Jogos Paralímpicos de Tóquio - 2020, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) divulgou nesta quinta-feira o planejamento estratégico que mostra a direção e os objetivos da delegação em Tóquio-2020 e Paris-2024. O evento de apresentação aconteceu no CT Paralímpico, em São Paulo, e também contou com a assinatura do termo de parceria com a cidade japonesa de Hamamatsu. Local que irá abrigar a delegação brasileira no período de aclimatação antes da próxima edição da competição.
Para o planejamento traçado de 2017-2024, o CPB estabeleceu como meta manter-se entre as dez principais potências do planeta nas Paralímpiadas. O objetivo é conquistar de 60 a 75 medalhas em Tóquio e de 70 a 90 medalhas em Paris, quatro anos mais tarde. Desta vez houve menos ousadia, pois na Rio-2016 a meta era ficar entre os cinco melhores no quadro de medalhas, mas o Brasil terminou apenas na oitava colocação. Continuar sendo uma potencia continental, por meio dos Jogos Parapan-Americanos, é também o intuito do CPB. Vale destacar que o país liderou o quadro de medalhas em todas as edições do Parapan, desde 2007.
- A elaboração do planejamento estratégico 2017-2024 é um marco para o Comitê Paralímpico Brasileiro e deixa claro o compromisso que temos de estabelecer um caminho bem definido para alcançarmos as metas nele definidas. Além de evidentemente nos preocuparmos com desempenho de alto rendimento, temos como objetivo maximizar o potencial transformador do esporte de base para pessoas com deficiência em idade escolar, como já demonstrado por meio de projetos como o Camping Escolar Paralímpico e o Centro de Formação Esportiva, ambos já estão em andamento. Queremos ter 30% da nossa equipe com deficiências até 2021 - disse Mizael Conrado, presidente do CPB.
Um desenvolvimento esportivo aliado à inclusão social é também uma das principais metas do Comitê. O intuito é de capacitar ao menos 2.500 profissionais, até 2020, que atuem em diferentes áreas do esporte. Além de instruir cem mil professores de Educação Física a trabalhar com pessoas portadoras de alguma deficiência.
Hamamatsu
Outro grande feito realizado nesta quinta-feira foi a assinatura do termo de parceria com a cidade de Hamamatsu, no Japão. O município fica localizado a 260km de Tóquio e conta com a maior colônia brasileira do país, algo que motivou os governadores locais a receber a delegação brasileira em 2020.
- Nós nos sentimos muito felizes e orgulhosos por receber a delegação brasileira. Nos próximos dois anos, faremos todo o esforço para recepcionar de coração destes atletas. Em 1990 houve uma reforma na legislação japonesa quanto a recepção de estrangeiros no país, desde então, ficou muito mais fácil de receber pessoas de outras nacionalidades no Japão. A partir dai, começamos a ter uma presença muito grande de brasileiros. Hamamatsu nasceu com grandes indústrias, como a Honda, Suzuki e Yamaha, abrindo muitas oportunidades de trabalho para moradores que são de outras nacionalidades. O governo japonês tem uma expectativa muito grande em relação a esta iniciativa da cidade de Hamamatsu e gostaríamos que houvesse um aprofundamento ainda maior entre Hamamatsu e o Brasil. Então, nos próximos dois anos, vamos nos preparar com o nosso melhor, e gostaríamos que vocês brasileiros também se preparassem com muita expectativa - disse Yasutomo Suzuki, prefeito de Hamamatsu.
A parceria entre os países foi criada para colaborar com a aclimatação dos brasileiros em 2020. Os diretores do Comitê estiveram na cidade japonesa em junho de 2017, quando analisaram todas as estruturas esportivas que servirão de preparativos para a delegação fazer um bom trabalho nas Paralímpiadas.
* Sob supervisão de Marcio Monteiro