CPB deve mudar estatuto e permitir apenas ex-atletas na presidência

Assembleia que irá decidir mudança está prevista para o dia 12

imagem cameraSede do Comitê Paralímpico Brasileiro - CPB (Foto: Divulgação)
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Marcio Dolzan
Rio de Janeiro
Dia 05/11/2024
07:00
Atualizado há 10 horas
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O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) deve aprovar uma série de mudanças em seu estatuto no dia 12 de novembro, uma delas polêmica. Oito confederações esportivas e o Conselho de Atletas do comitê encaminharam proposta que estabelece que apenas pessoa com deficiência que tenha disputado alguma competição esportiva paralímpica de nível nacional poderá ser eleita para a presidência da entidade. A proposta é inédita entre os comitês mundo afora.

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"Referida proposta certamente manterá o Comitê na vanguarda, além de garantir o respeito ao protagonismo dos atletas paraolímpicos, da qualidade na gestão esportiva e melhores práticas de governança", diz trecho de ofício encaminhado ao CPB pelos proponentes da mudança.

O Lance! apurou que nem todas as entidades filiadas ao comitê concordam com a mudança, mas a aprovação é dada como certa. Isso porque a Assembleia Geral que decidirá o tema é composta por 21 membros — 14 entidades esportivas e sete integrantes do Conselho de Atletas —, e a alteração foi apresentada por oito dessas entidades e pelos atletas.

O ofício é assinado pelas confederações brasileiras de Remo (CBR), de Tiro com Arco (CBTARCO), de Canoagem (CBCa), de Voleibol para Deficientes (CBVD), de Basquete em Cadeira de Rodas (CBBC) e de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV), além da Associação Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas (ABRC), da Associação Nacional de Desportos para Deficientes (ANDE) e do Conselho de Atletas do CPB.

Segundo o Estatuto Social do Comitê Paralímpico Brasileiro, para uma mudança ser aprovada são necessários os votos de metade dos presentes à Assembleia, mais um. Assim, caso o quórum esteja completo no dia, 11 votos garantem a alteração estatutária.

Mudança no Estatuto do CPB passaria a valer na eleição de 2028

“Somente poderá ser indicado, como membro da chapa, à eleição para o cargo de Presidente do CPB, pessoa com deficiência que tenham (sic) praticado modalidade esportiva paralímpica e participado, na qualidade de atleta, de ao menos um campeonato nacional da respectiva modalidade”, diz o ofício, que sugere a inclusão dessa redação no Estatuto Social do CPB.

No início do mês passado, José Antônio Ferreira Freire foi eleito presidente para o próximo quadriênio. Ele assume em 1º de janeiro do próximo ano. Dessa forma, caso o estatuto seja alterado, as mudanças passarão a valer somente para eleição prevista para acontecer em 2028.

Desde 2017, o CPB é presidido por Mizael Conrado, ex-atleta de Futebol de Cinco. Pela modalidade, ele foi medalhista de ouro nos Jogos Paralímpicos de Atenas-2004 e Pequim-2008. José Antônio, por sua vez, foi tricampeão brasileiro no mesmo esporte na década de 1990. Ele poderá buscar a reeleição mesmo se a mudança de estatuto for aprovada.

Mas, se a medida estivesse em vigor há mais tempo, ela teria impedido que o antecessor de Mizael, Andrew Parsons, tivesse presidido o CPB entre 2009 e 2017. Parsons teve gestão bem sucedida na entidade — o Brasil apresentou grande crescimento no quadro de medalhas nos Jogos Paralímpicos de Londres-2012 e do Rio-2016 —, o que o credenciou a ser escolhido para presidir o Comitê Paralímpico Internacional (ICP, na sigla em inglês), cargo que ocupa desde 2017.

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