O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) lançou nesta segunda-feira a primeira plataforma de atividade física para pessoas com deficiência, o Movimente-se. As aulas são gratuitas e voltadas exclusivamente a deficientes físicos e visuais. O projeto tem como objetivo democratizar a prática de exercício físico para cadeirantes, paralisados cerebral, amputados e deficientes visuais que nunca praticaram atividade física ou que não possuem orientação profissional.
A primeira etapa do Movimente-se consistirá em seis módulos, sendo um por semana, sempre às segundas-feiras, no canal do Comitê Paralímpico Brasileiro no YouTube e também em um hot site específico para esta ação: www.movimentoparalimpico.com.br. Serão cinco vídeos semanais, diferenciados por tipos de deficiência. As aulas para deficientes visuais contarão com dois vídeos: um legendado para baixa visão e outro com o serviço de audiodescrição, ambos com o mesmo conteúdo de exercícios.
- Projetos como este consolidam o Comitê Paralímpico Brasileiro em uma posição de vanguarda na inclusão da pessoa com deficiência na sociedade, uma das nossas missões como instituição. Nestes tempos de pandemia e distanciamento social, o Movimente-se terá ainda mais relevância na transformação da vida das pessoas e também de seus familiares - explica Mizael Conrado, presidente do CPB.
O conteúdo do programa será ministrado pelos técnicos do CPB e atletas paralímpicos, que demonstrarão como realizar exatamente os movimentos dos exercícios. Cada aula será voltada para um perfil de deficiência e ela consiste em aquecimento, exercício principal e volta à calma (relaxamento).
- São exercícios simples, básicos, para que todos possam conhecer seu próprio corpo, começar a se exercitar e ganhar confiança e segurança no dia a dia, realizando todos os movimentos dentro de casa mesmo - conta Everaldo Lúcio, um dos treinadores da Seleção Brasileira paralímpica de atletismo e, também, um dos responsáveis pela elaboração dos treinamentos.
A primeira aula já está disponível para os praticantes. Atletas do atletismo e natação foram os convidados para exemplificar as atividades.
- É muito legal ter uma pessoa com deficiência fazendo o exercício para mostrar que é possível realizar a atividade proposta - comentou Vinícius Rodrigues, recordista mundial e medalhista no Campeonato Mundial de Dubai 2019 nos 100m da classe T63 (para amputados de perna).
A medalhista de prata nos Jogos Rio 2016 Verônica Hipólito envolveu toda a família na gravação dos exercícios em casa voltados para paralisados cerebrais.
- Meu pai filmou de um lado, minha mãe de outro e coloquei uma outra câmera de frente para gravar os exercícios. Acredito que vai ajudar muita gente - contou Verônica que tem paralisia cerebral.