PF deflagra operação para investigar Confederação Brasileira de Handebol
Operação "Sete Metros" apura irregularidades e suposto desvio de recursos repassados pela União para a realização do Campeonato Mundial de Handebol no Brasil, em 2011
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Logo começou a manhã desta quinta-feira, a Polícia Federal deflagrou uma operação para apurar irregularidades e supostas associações criminosas entre a Confederação Brasileira de Handebol (CBHb) e empresas privadas. A "Sete Metros" apreendeu apenas documentos nos locais de operação. Cerca de 60 policiais estão envolvidos no processo investigativo.
O nome da operação faz referência à penalidade máxima do handebol, sete metros, que é o tiro equivalente ao pênalti no futebol. Ao todo, 15 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em uma operação simultânea nos estados de Sergipe e São Paulo, além do Distrito Federal.
O levantamento da Polícia Federal investiga um suposto desvio de R$ 6 milhões para a realização do Campeonato Mundial feminino no Brasil, em 2011. Os recursos teriam sido repassados pela União, por meio do Ministério do Esporte.
Os dirigentes da CBHb teriam falsificado documentos, superfaturado valores de bens e serviços e até mesmo realizado pagamentos por serviços não adquiridos, além de terem contratado pessoas físicas e jurídicas impedidas de negociar com a União. Dos três mandados de busca cumpridos em Aracaju, um foi na sede da entidade e outro na casa do presidente do órgão à época, Manoel Luiz de Oliveira - que foi afastado do cargo pela Justiça em 2018.
Advogado da CBHb, Wilson Marqueti declarou ao G1 que todas as contas referentes ao evento - realizado durante o ciclo de preparação para a Olimpíada Rio-2016 - já foram prestadas ao Ministério do Esporte.
- Toda a comprovação dos valores gastos no Campeonato Mundial de Handebol feminino no Brasil, em 2011, foi enviada para o Ministério do Esporte. Estamos esperando um parecer conclusivo por parte do Ministério para a aprovação de contas. Toda documentação apreendida durante a operação é a mesma que já foi enviada na prestação de contas - disse o advogado.
O levantamento também aponta que a CBHb ainda recebe recursos federais com base na Lei Agnelo-Piva. Sancionada em 2001 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, a lei (de número 10.264) prevê que quase 2% do arrecadamento de todas as loterias federais seja repassado ao Comitê Olímpico Brasileiro (85%) e ao Comitê Paralímpico Brasileiro (15%). Os comitês, então, repassam os valores às confederações.
Manoel Luiz foi afastado da presidência da CBHb em abril, suspeito de usar indevidamente de mais de R$ 21 milhões em convênios com o Ministério do Esporte. Ele estava há 28 anos no comando da entidade.
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