O tenista Novak Djokovic relembrou o passado traumático de guerras na Sérvia e relacionou os episódios dolorosos com a garra que demonstra nas quadras. Em entrevista ao jornal "Today", pouco antes de ser derrotado na semifinal do Australian Open, o atleta contou detalhes sobre os desafios enfrentados na infância e adolescência, quando o país era um dos afetados pelos conflitos civis da Antiga Iugoslávia.
- Passamos por duas guerras, um embargo de quatro anos, de 1992 a 1996. Nenhum atleta sérvio podia viajar ao exterior para competir internacionalmente. Foram tempos muito desafiadores. Isso te endurece e poderia facilmente ter sido de outra maneira. Mas acho que também foi uma espécie de destino jogar tênis e conquistar essas grandes coisas - afirmou.
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Djokovic exemplificou como os traumas estão presentes na sua vida e destacou que, por mais que tenham sido muito difíceis, essas experiências o ajudaram a encarar os principais desafios em quadra.
- Eu tinha 12 anos quando tivemos bombardeios durante dois meses e meio sem parar, dia e noite. Às vezes, isso me vem à mente quando ouço fogos de artifício. Quando ouço esse som, me lembro daquelas bombas e granadas explodindo. Não é muito agradável, você ainda tem um pouco de trauma. Acho que a coragem, a resiliência e o espírito de nunca desistir estão relacionados a isso e vem à tona geralmente nos momentos internos de agora ou nunca - completou Nole.
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Apesar de ter sido derrotado na semifinal do Australian Open na última sexta-feira (26), o sérvio de 36 anos manteve a primeira posição no ranking ATP.