“E o Oscar dos Esportes vai para…”
Prêmio Laureus, tido como o Oscar do Esporte Mundial, acontece dia 21, em Madri!

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E a nossa maior medalhista olímpica, a ginasta Rebeca Andrade, que coleciona 6 medalhas olímpicas (incluindo 2 ouros), concorre na categoria “Retorno do Ano”, uma das oito categorias existentes, com grandes chances de vitória!
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Mas que história de retorno é essa? Essa menina foi para onde, para retornar? Calma lá, já respondo. Antes vamos às oito categorias do Laureus:
Como na premiação do Oscar, os prêmios foram divididos nas seguintes categorias:
• Atleta mulher do ano
• Atleta homem do ano
• Paratleta do ano
• Equipe do ano
• Revelação do ano
• Retorno do ano
• Atleta nos esportes de ação
• Esporte pelo bem
E a categoria “Retorno do Ano” reúne candidatos dos dois sexos disputando o mesmo prêmio.
Você aí, um dos meus 10 a 11 leitores assíduos, deve estar se perguntando: que retorno é esse?
Vamos lá, desde 2015, Rebeca passou por uma Via Crucis monumental, enfrentando lesões seríssimas e três cirurgias no joelho direito, não deixando que ela decolasse como numa finalização estratosférica de uma apresentação de solo. Após sua última cirurgia, em 2019, e por conta do adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio para 2021, Rebeca pode ter um processo de cura e fisioterapia completo, e um planejamento ideal de periodização dos treinos e competições progressivas.
O resultado inicial todos viram, o ouro e a prata de Tóquio, e, três anos depois, em Paris, um ouro, duas pratas e um bronze, competindo ombro a ombro com a diva dos aparelhos, Simone Biles, que este ano concorre ao Laureus de “Atleta Mulher do Ano”. Talvez uma jogada dos organizadores para que estas estupendas atletas saiam de Madri com os prêmios que merecem. Não haveria espaço suficiente para tamanhas divas num só pódio!
Duas das oito categorias chamam a atenção pela pesada disputa entre gigantes, nas categorias Mulher e Homem, atletas do ano!
No feminino, Biles sofre com a presença fortíssima de três fortes representantes do atletismo:
Comecemos com Faith Kipyegon, tri campeã olímpica e tetra campeã mundial, imbatível nos 1500 metros à duas (2023/24) temporadas e dominante também nos 5 mil. É a atual detentora do recorde mundial dos 1500 metros.
Não satisfeitos com apenas Kipyegon, o atletismo nomina também a eclética holandesa (é tão eclética que nasceu na Etiópia, mas compete pela Holanda, sua segunda pátria) Sifan Hassan. Esse fenômeno em forma de corredora, simplesmente está entre as melhores do mundo em todas as provas entre os 1500 metros e a Maratona!!! Se Hassan fosse um país, estivesse bem treinada e o calendário de provas do atletismo num Mundial, ou Olimpíada, fosse mais extenso, ela seria um país Top 10 no Mundial, bem à frente do Brasil, e Top 30 numa Olimpíada, brigando com Cuba, Áustria e Croácia. Querem mais? Pois terão! O atletismo feminino quer mostrar sua pujança
E não é que o atletismo resolve pegar pesado na disputa mesmo, convocando uma terceira força: Sydney McLaughlin-Levrone, a barreirista americana de 400m que é campeã mundial, olímpica e múltiplas vezes recordista mundial. Além disso, detém, a despeito de títulos e recordes, um dos sorrisos mais lindos que o mundo do atletismo já viu. Para a barreirista Sydney, a vida não tem barreiras!
E no masculino? Perguntarão vocês 11 ou 12, mais perguntadores do que nunca!
Respondo-lhes paciente e resignadamente: no masculino, o duelo será, provavelmente, de dois alienígenas! Dois viajantes das galáxias mais remotas, que estão entre nós, a passeio. E que passeio!!
Do ciclismo de estrada, vem X##%& @# ()**&, por aqui conhecido como Tadej Pogačar, que se esconde nas estradas montanhosas da Eslovênia. Um jovem ET de 26 anos, que coleciona vitórias no Tour de France, simplesmente a prova mais difícil de ciclismo de estrada do mundo, composta de 21 etapas absurdamente difíceis e mais de 3 mil quilômetros de distância. Venceu seu primeiro Tour de France com 21 aninhos, e já coleciona três. E o mundo do ciclismo, jura que este ano será sua quarta vitória!
Outro viajante das Galáxias que resolveu se divertir entre nós, é Armand Duplantis, vulgo Mondo Duplantis, também conhecido como o sueco voador. Ele voa, vocês sabiam? Sim, voa, até o momento seu voo mais alto dista 6m27cm do chão. Ele é um saltador com vara, e fanático colecionador de recordes mundiais. E ele é bicampeão olímpico e mundial outdoor, e tricampeão mundial indoor. Vem de uma espécie rara de Júpiter do Sul, devoradora de gravidade! Será que isso é grave?
Bem, as cartas estão na mesa. Não foram muitos (mas também não poucos) os brasileiros que venceram suas categorias. Teve a seleção de futebol do Brasil em 2003, em função de nosso último título, do longínquo 2002 (já fomos melhores nisso). Daniel Dias, da natação paralímpica, venceu 3 vezes. Ronaldo Nazário(o fenômeno) venceu na categoria que hoje Rebeca luta para vencer (Retorno do Ano). E não foram só estes.
Vamos aguardar atentos, e torcer para que os melhores vençam, e o discurso do patrono deste ano, seja tão inspirador quanto o do primeiro patrono foi, quando ninguém menos que Nelson Mandela em 2000, na época presidente da África do Sul, nos disse:
“O esporte tem o poder de mudar o mundo. Ele tem o poder de inspirar. Ele tem o poder de unir as pessoas de uma forma que poucas outras coisas fazem. Ele fala aos jovens em uma linguagem que eles entendem. O esporte pode criar esperança, onde antes só havia desespero!”
Quem sabe a nossa Rebeca não seja a versão esportiva de “Ainda Estou Aqui” nesta disputa do Oscar do Esporte? Aguardemos o resultado do dia 21.
Lauter Nogueira
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