A Fórmula 1 desembarcou na Austrália para a terceira etapa da temporada 2024 em um cenário que começa dos mais interessantes. E boa parte dessa percepção se deve à singularidade do Albert Park. Quer dizer, pilotos e equipes se depararam com um asfalto muito sujo, zebras ainda altas em locais de maior atenção, como a curva 10, além da brita em muitos trechos, uma pequena desordem. Dessa forma, as duas sessões desta sexta-feira (22) testemunharam diversas rodadas e erros, bem como o drama da Williams com Alexander Albon. Mas houve quem tenha passado ileso, como a Ferrari, que liderou o dia e deixou no ar uma deliciosa sensação de que está mais perto da rival Red Bull do que se imaginava.
Essa impressão é ratificada pela qualidade da performance apresentada pelos carros vermelhos. A SF-24 pareceu muito bem acertada ao circuito australiano, mostrando um ritmo sólido ao longo do segundo treino livre, especialmente. Há uma solidez de desempenho respaldado pelas pequenas mudanças promovidas pelos engenheiros, como na asa traseira. A Ferrari busca velocidade de reta, mas também almeja o equilíbrio.
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Uma vez mais, o ritmo de classificação está lá. A volta da liderança em 1min17s277, registrada por Charles Leclerc, fala muito sobre o desempenho em volta única. A marca foi quase 0s4 melhor que a obtida por Max Verstappen. Carlos Sainz, que ainda se recupera da cirurgia de apendicite, colocou o segundo carro de Maranello em terceiro.
O monegasco, de novo, trabalhou bem o giro de preparação antes da passagem para valer mesmo, enquanto a Ferrari não apresentou degradação acentuada no pneu macio. É favorito à pole neste sábado (23). No entanto, o que mais chamou a atenção foi mesmo a performance em condições de corrida. Leclerc conduziu um stint de nove voltas com o pneu médio e virou média na casa de 1min22s9. Foi a melhor simulação do dia. Diante disso, dá para concordar com a visão de Leclerc, que entende que a escuderia italiana tem pela frente uma chance real de se aproximar mais da Red Bull.
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Importante dizer aqui também que a Aston Martin se colocou ali imediatamente atrás de Sainz, com Lance Stroll à frente de Fernando Alonso. Mais uma vez, os carros verdinhos provaram que o ritmo em volta única segue como ponto forte, muito embora o canadense tenha mostrado um desempenho em corrida muito interessante, na casa de 1min23s3, após nove giros, enquanto o espanhol não passou de 1min24s2. Entretanto, quem inspira maior temor neste ponto é a Mercedes.
George Russell terminou o dia em sexto, como quem diz que há uma luz no fim do túnel. Já Lewis Hamilton foi o 18º em uma sessão que definiu como “das piores” que já viveu. De fato, o heptacampeão escapou algumas vezes e brigou com o manhoso W15 quase que o tempo inteiro. No fim das contas, o chefe Toto Wolff não escondeu a frustração. O austríaco ainda explicou que a esquadra alemã testou o que queria no primeiro dia em Melbourne, mas que isso não adiantou nada. Ainda, assumiu a culpa pela performance sofrível de Hamilton na segunda sessão.
- Nós fizemos os testes que queríamos, mas não conseguimos desbloquear a performance do carro. No TL2, fomos para uma mudança drástica de acerto no carro do Hamilton e isso jogou ele severamente para trás. Seria mentira dizer que não estou frustrado - admitiu à emissora "Sky Sports F1".
Logo mais, ainda na sexta-feira, o TL3 está marcado para as 22h30 (de Brasília). Depois, a classificação começa às 2h do sábado; no domingo, a largada está marcada para a 1h.