Atualmente nomeado de GP da Emília-Romagna, o circuito da cidade de Ímola, na Itália, seria realizado neste domingo, mas precisou ser adiado devido às fortes chuvas que atingem o norte do país europeu desde o início da semana. A corrida é uma das mais históricas da Fórmula 1 e ficou marcada negativamente pelo acidente fatal de Ayrton Senna, em um final de semana "dos pesadelos" no campeonato de 1994. Ao longo da história, o GP italiano recebeu três nomes diferentes.
O circuito de Ímola estreou na Fórmula 1 em 1980, com o nome de GP da Itália. A corrida foi organizada para substituir o GP de Monza, já que o autódromo onde ele ocorria estava em obras, mas acabou sendo mantida no ano seguinte. No entanto, passou a ser chamada de GP de San Marino, em referência ao minúsculo país encrustado na Itália que fica a 100 km da cidade.
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Com esse nome, a corrida foi realizada até 2006, quando a organização da Fórmula 1 decidiu acabar com a realização de duas corridas na Itália. O circuito voltou como "tampão" em 2020 para substituir os circuitos suspensos durante a pandemia da Covid-19, agora com o nome de GP da Emília-Romagna, região onde está localizada a cidade de Ímola. No ano seguinte, porém, o contrato com o autódromo foi renovado até 2025.
Apesar dos nomes diferentes, o GP da cidade de Ímola foi realizado sempre no Autódromo Enzo e Dino Ferrari. O local recebeu esse nome em 1988, ano da morte de Enzo Ferrari, lendário criador da Ferrari, como forma de homenagear o fundador da fabricante italiana e seu filho, Dino Ferrari, falecido em 1956. A sede da equipe vermelha fica a apenas 80 km de Ímola.
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1994: FIM DE SEMANA ASSOMBROSO E MORTE DE AYRTON SENNA
O circuito de Ímola já havia sido palco de acidentes feios em 1987 (Nelson Piquet), 1989 (Gehrard Berger), 1991 (Michelle Alboreto) e 1992 (Riccardo Patrese), mas que felizmente não deixaram vítimas fatais. Entretanto, a história do local mudou em 1994, quando um fim de semana assombroso marcou para sempre o GP italiano.
Na sexta-feira, dia 29 de abril de 1994, o brasileiro Rubens Barrichello se envolveu em um grave acidente perdendo o controle da sua Jordan nº14. O piloto sofreu pequenas escoriações e teve o nariz quebrado, ferimento suficiente para impedi-lo de correr no domingo. No dia seguinte, durante os treinos livres, o austríaco Roland Ratzenberger, correndo pela Simtek, bateu violentamente na curva Villeneuve. Levado ao Hospital Maggiore de Bolonha, ele morreu oito minutos depois.
Em meio ao clima de luto e alerta, Ayrton Senna se opunha à realização da corrida de domingo, mas acabou convencido a participar do GP de San Marino, o último da sua vida. Ao entrar na curva Tamburello, mesma das batidas de Piquet em 1987 e Berger em 1989, o brasileiro perdeu o controle do carro, seguindo reto e chocando-se violentamente contra o muro de concreto. Depois de receber atendimento na pista, ele foi levado de helicóptero ao Hospital Maggiore de Bolonha, onde, poucas horas depois, foi declarado morto.
O GP de San Marino foi mantido no ano seguinte, mas sofreu uma remodelação. As curvas de Tamburello e Villeneuve deixaram de ser trechos de alta velocidade e passaram a ser de média.
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VITÓRIAS BRASILEIRAS
Para os brasileiros, é impossível dissociar o GP de Ímola de um sentimento de tristeza pela morte de Senna, mas o local também foi palco de grandes vitórias do Brasil. As duas primeiras edições da corrida, em 1980 e 1981, foram vencidas por Nelson Piquet. O próprio Ayrton Senna conquistou os GPs da cidade italiana em 1988, 1989 e 1991.
SCHUMACHER: O REI DE ÍMOLA
A primeira vitória do alemão Michael Schumacher no circuito de Ímola foi um tanto melancólica - o piloto foi o vencedor da triste corrida de 1994. No entanto, aquele foi o primeiro capítulo de uma história gloriosa de Schumacher na cidade italiana. Maior ganhador do GP de San Marino, ele subiu ao lugar mais alto do pódio em Ímola seis vezes em oito anos (1999 a 2006), sendo derrotado apenas pelo irmão Ralf Schumacher, em 2001, e por Fernando Alonso, em 2005, durante este período.