A etapa 17 da Volta da Espanha, vencida por Philippe Gilbert, belga da Quickstep, foi uma das mais atípicas dos últimos anos. Afinal, o percurso entre Aranda e Guadalajara, de 219,6km, tinha como tendência uma chegada em bloco e os velocistas buscando a vitória. Só que ocorreu a escapada de uma fuga com 20 ciclistas e eles, impondo velocidade acima da média, abriram cinco minutos para o pelotão de líderes. Gilbert fechou a prova puxando a fila dos Top14 (que terminaram até 10s atrás do belga), com o tempo de 4h20m15s, dois segundos à frente do irlandês Sam Bennett, da Bora.
Não bastasse isso, a fuga contava, além daqueles que normalmente escapam para tentar uma ou outra vitória de etapa, com sprinters e um GC (nome dado ao ciclista que briga pelo título geral), Nairo Quintana.
O colombiano da Movistar entrou na etapa em sexto lugar, 7m43s atrás do líder Primoz Roglic e praticamente fora da briga. Porém, como teve excelente estratégia e ainda contou com a ajuda de três gregários (ciclistas de sua equipe que puxaram o companheiro), ele fechou a fuga, em 14º, tirando 4m55s da diferença, assumindo a vice-liderança.
Com o resultado, Primoz Roglic (que terminou em 30º, no pelotão com os demais Top 10, 5h22s atrás) lidera na geral, com o tempo de 66h46m36s. Quintana está 2m24s atrás e Alejandro Valverde, espanhol também da Movistar, é o terceiro, com 2m48s atrás do líder.
Vale citar que Roglic, esloveno da Jumbo, é o grande favorito ao título, já que duas das quatro etapas que restam são planas (todos chegando em bloco) e tudo o que precisa será administrar as duas etapas de montanha que restam.
Uma dessas etapas é nesta quinta-feira, entre Colmenar e Becerril, de 177,5km. Caso Quintana (campeão da Volta em 2016) e Valverde (atual campeão mundial e vencedor da prova em 2009) consigam tirar um 1m30s do ponteiro, a decisão ficará em aberto. Se Roglic mantiver ou aumentar a vantagem, encaminha o seu primeiro título de Grande Volta.