“É impossível ter ocorrido contaminação”, diz chefe de combate ao doping sobre caso Ana Claudia

Marco Aurélio Klein, secretário nacional da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), diz que há laudos derrubando a tese da velocista, que ainda sonha com a Rio-2016

imagem cameramarco Aurélio Klein  (Foto: Ale Cabral)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 10/06/2016
17:08
Atualizado em 10/06/2016
18:09
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A velocista brasileira Ana Claudia Lemos, suspensa desde fevereiro após ter sido flagrada com a substância anabolizante Oxandrolona, dificilmente conseguirá provar sua inocência e perderá a chance de disputar a Olimpíada Rio-2016. Essa é a opinião de Marco Aurélio Klein, secretário nacional da Autoridade Brasileira para Controle de Dopagem (ABCD). Segundo ele, o argumento da atleta, que sonha em participar dos Jogos, não se sustenta.


- Por tudo o que já pudemos analisar sobre este caso, dá para assegurar que a tese da contaminação cruzada é impossível de acontecer no caso da oxandrolona. Foram produzidos laudos que negam isso de forma cabal -, disse Klein em entrevista ao LANCE! nesta quinta-feira, durante visita à redação de São Paulo nesta quinta-feira para falar do trabalho da ABCD e do envolvimento do órgão nos Jogos Olímpicos Rio-2016.

A principal tese da defesa da velocista, que tem índice assegurado nos 100 m para a Rio-2016, é que um medicamento que ela já utilizava e que era feito em farmácia de manipulação.

- A farmácia que produz esse medicamento da Ana Cláudia é de primeira qualidade, padrão internacional, e não cometeria um erro destes. Mas há outros pontos que comprovam isso. Por exemplo, hormônios como é o caso da Oxandrolona, são produzidos em ambientes diferentes de outros medicamentos e por funcionários diferentes, derrubando assim qualquer possibilidade de manipulação - afirmou.

Em julgamento realizado pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) do atletismo, Ana Cláudia Lemos recebeu uma pena de apenas cinco meses, que irá terminar em 2 de julho, poucos dias antes do final do prazo de inscrições da CBAT (Confederação Brasileira de Atletismo) para a Rio-2016. Mas o chefe do combate ao doping no Brasil acha que o recurso que a Wada (Agência Mundial Antidoping) e a Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo) junto à CAS (Corte Arbitral do Esporte) será aceito.

- Estamos acompanhando o caso com muito interesse, assim como a CBAt. Não temos nada contra a atleta, apenas estamos lutando fortemente pelo esporte limpo. Mas as provas são muito fortes - disse Klein. Ele não tem uma data para a definição desta caso, embora acredite que a definição ocorra antes da abertura da Olimpíada do Rio, em 5 de agosto.

Se não tiver a pena ampliada e nenhuma outra atleta conseguir alcançar o índice mínimo nos 100 m, teoricamente Ana Cláudia Lemos teria condições de poder participar da Rio-2016. Mas a CBAt ainda não definiu se irá convocar a velocista, mesmo tendo índice.

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