Se, dentro de quadra, João Fonseca impressiona com virtudes como a maturidade (apesar de ter apenas 18 anos), a eficiência, potência e a precisão dos golpes, fora dela humildade e simplicidade são duas das características desse tenista brasileiro. Neste sábado (21), às 15h (de Brasília), o número 145 do mundo disputa a semifinal do NextGen Finals, em Jidá, na Arábia Saudita, contra o francês Luca Van Assche (128º).
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Amigo e parceiro de treinos do prodígio brasileiro, o também carioca Christian Oliveira, de 24 anos, é só elogios à sensação do torneio que reúne os oito melhores sub-20 da temporada:
- O João, dentro e fora da quadra, é um excelente garoto. Muito humilde, gosta bastante de trabalhar, muito disciplinado. Ele sabe onde quer e pode chegar, e isso é muito bacana - conta Oliveira, com quem João Fonseca treina na Yes Tennis, no Itanhangá Golf Club, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
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Antes de ser parceiro de treino, Christian chegou a atuar como sparring. E o clima nos treinamentos não poderia ser melhor, garante:
Descontração no treino com João Fonseca
- O treino tá bem legal, bem descontraído. Treinamos com toda seriedade que precisamos ter, mas, no intervalo, um brinca com o outro, e o treino flui bem melhor. E, claro, ele jogando no nível que está hoje, puxa o meu nível bastante. E a experiência de estar com o Guilherme Teixeira, que é um baita treinador, também é muito boa.
A amizade dos dois começou há seis anos, durante um torneio no Country Club, em Ipanema:
- O Joãozinho tinha 12 anos, ganhei dele na primeira rodada. Ele era muito magrinho, mas já jogava muito bem naquela época. Ele continuou ainda uns dias na academia onde a gente treinava, fez um intercâmbio e acabamos ficando mais próximos - relembra.
Generosidade do amigo ilustre
Christian é de uma família de tenistas. O pai, Glaucier Oliveira, o Pará, ensina a modalidade no Rio há mais de 30 anos. O irmão, Patrick, já jogou tênis universitário nos EUA. Pará, aliás, relembra um belo gesto de João Fonseca, na véspera da viagem para a Arábia Saudita, semana passada:
- Meu filho estava jogando um torneio no Country, em Ipanema, e o João fez questão de prestigiar o amigo. E ainda doou ao Christian rolos de corda, munhequeiras e bonés. Um material que, certamente, passaria de R$ 5 mil. Eu fui boleiro do Country 40 anos atrás, foi bem bacana. O tênis tem essa coisa boa, de unir os extremos, todos os níveis sociais, todas as classes e raças. Só o tênis para proporcionar isso - destaca Pará.
Na época do torneio em que Christian e João Fonseca se conheceram, há seis anos, o talento do filho de Pará acabou ajudando o novo amigo:
- Meu filho era patrocinado por dois sócios do clube, a Daniela Klabin e o Bruno Bosjean, e, depois, o João Fonseca teve uma ajuda da estrutura montada no clube - relembra o pai de Christian.
Na torcida pelo amigo
Acompanhando pela TV, Christian está confiante no desempenho do amigo no ATP NextGen:
- Está jogando muito bem, tem todo potencial para ganhar esse torneio. Está bem sólido e confiante também. Neste sábado tem um jogo bem duro, mas acho que ele está preparado para este tipo de jogo, mais experiente. Estou bastante confiante nesta semana dele. Espero que ele saia com a vitória para dar mais uma alegria ao Brasil.
Disputando vários torneios de duplas pelo país, Christian sonha, um dia, fechar uma parceria com o amigo famoso nessa modalidade:
- Nunca jogamos juntos um torneio. Vou colocar uma pilha nele no ano que vem. Pra ver se ele me carrega (risos).