A pressão da torcida na arquibancada que apoiava o time da casa, e o calor do sol a pino não foram obstáculos fáceis. Mesmo com estas adversidades, Pedro Solberg e Guto (RJ) conseguiram o segundo título da dupla ao vencerem, no último domingo, os campeões olímpicos Alison e Bruno Schmidt (ES/DF) na decisão do Open de Vitória (ES), nona e última da temporada do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia.
Depois de conquistarem o ouro na parada anterior, em Aracaju (SE), realizada em março, Pedro e Guto alcançaram a decisão, terceira da parceria na temporada e levaram a melhor sobre os anfitriões por 2 sets a 1 (21/17, 13/21 e 15/13), em 1h02 de partida, que contou com transmissão ao vivo do canal SporTV 2. O bronze foi para Álvaro Filho/Saymon (PB/MS), que bateu George/Thiago (PB/SC) por 2 sets a 0 (21/16 e 21/13), em 40 minutos.
Após o último ponto, o defensor Guto explicou que já esperava um duro confronto contra a os adversários. Ele constatou a evolução do entrosamento com o parceiro após pouco mais de três meses de formação do time.
- Sabíamos que seria um jogo muito complicado jogar contra Alison e Bruno dentro de casa. Eles estão chegando ao auge físico, o que deixa as coisas ainda mais difíceis. Esse resultado mostra que nossa equipe tem evoluído e isso é perceptível a cada torneio.
Mais experiente e acostumado a lidar com a pressão da torcida, Pedro Solberg elogiou o comportamento dos capixabas que compareceram para apoiar os conterrâneos.
- Eu gosto de jogar com esse clima de arena lotada, seja contra ou a favor. Os torcedores capixabas foram muito educados, em alguns lugares o público fica um pouco hostil quando jogamos contra o time da casa. Foi uma partida decidida na última bola, isso mostra o equilíbrio.
Morador de Vitória, Alison amenizou a derrota e preferiu avaliar a evolução da parceria, que tem como um dos objetivos principais do ano a Copa do Mundo, que será realizada na Áustria em julho.
- É muito bom jogar em casa. Se eu pudesse jogava todas aqui. É o nosso quinto torneio no ano, pegamos três quintos, um terceiro e agora um vice. Estamos crescendo na hora certa. Agora vamos para o Superpraia. Ganhamos os três que já aconteceram e esperamos vencer de novo. Nosso foco maior este ano é a Copa do Mundo. Acredito que o ritmo de jogo atrapalhou um pouco. No primeiro tempo estávamos na frente e por falta de atenção o perdemos. O segundo conseguimos ganhar bem e no terceiro estávamos liderando e na hora de fazer 12 a 11 deixamos escapar e virou 14 a 11. Falta um detalhe para a roda girar melhor - explicou Alison.
Larissa/Talita dominam o Open de Vitória
A expectativa da torcida capixaba de ver a conterrânea Larissa campeã em Vitória (ES) pela quarta vez na história do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia foi atendida prontamente pela atleta. Na manhã do último domingo, ela, que é natural de Cachoeiro do Itapemirim (ES) venceu, ao lado da parceira Talita, a final feminina do Open na capital do Espírito Santo.
O triunfo sobre as jovens Ana Patrícia e Rebecca (MG/CE) por 2 sets a 0 (21/17 e 21/15), em 33 minutos, deu a dupla o sexto título no tour nacional na temporada 2016/2017. A medalha de bronze ficou para Ágatha e Duda (PR/SE) que nem precisaram entrar em ação, pois a dupla adversária, Tainá e Victoria (SE/MS) desistiram da partida, em razão de uma lesão no punho da atleta sul-mato-grossense.
Com o nome ecoando em toda a arquibancada, Larissa agradeceu a força dos conterrâneos presentes na audiência da decisão.
- Nós conseguimos o título do circuito em Maceió (7ª etapa), e viemos de uma sequência de finais. Isso é fruto da maturidade que atingimos como dupla, de conversar sempre. Estou muito feliz de vencer dentro de casa, ter o apoio da família. É a oportunidade que temos de retribuir, de forma presencial, o carinho e o apoio que eles nos dão de forma incondicional.
A etapa de Vitória foi a nona e última da temporada e Larissa/Talita conquistou seis ouros em sete finais. Eleita a melhor jogadora na partida decisiva, Talita agradeceu o carinho dos torcedores e amenizou a importância de um prêmio individual.
- Já é muito bacana quando chegamos em uma arena em qualquer lugar e somos aplaudidas. Mas quando é o seu lugar, onde você é acolhida, se torna ainda mais especial. Jogar com esse apoio é muito bom, pois nos esforçamos para dar um bom espetáculo para eles. Eu fico até um pouco emocionada, porque parece que a arena vem abaixo, sei que tem pessoas que gostam muito da gente. Somos uma dupla que uma completa a outra, só consigo bloquear e atacar bem porque tenho o apoio dela no jogo. Quando perdemos, estamos juntas, quando perdemos, estamos juntas também.
Cada dupla campeã de uma etapa do Open soma 400 pontos no ranking da temporada, além de levar para casa um prêmio de R$ 45 mil. Todas as equipes são premiadas, e somando os dois naipes, o torneio distribui mais de R$ 420 mil aos atletas.