O judoca francês Teddy Riner, dono de dez títulos mundiais e três ouros olímpicos e que perdeu apenas duas lutas desde 2008, é a atração da semana no Centro de Treinamento do Comitê Olímpico do Brasil (COB).
A lenda realiza um período de treinamentos no local até o dia 19 com os brasileiros Rafael Silva, bronze em Londres-2012 e na Rio-2016, João Cesarino, Juscelino Nascimento e Ruan Isquierdo, em inciativa da Confederação Brasileira de Judô (CBJ).
Teddy desembarcou na Cidade Maravilhosa nesta quinta-feira e aproveitou as principais dependências do Centro de Treinamento do COB. Além da sala de combate, também usou a sala de Força e Condicionamento e uma das piscinas.
- Quando eu chego ao Brasil é como se eu estivesse em casa. É um prazer vir treinar aqui. Pra mim e pra muitos outros atletas, o Brasil é um país de referência. É aqui onde tudo começou para mim, onde conquistei minhas principais medalhas - disse Teddy.
- Agora o objetivo é Paris-2024 e estamos focados em cima disso. Vamos começar por um primeiro estágio no Brasil e depois outros estágios e competições para chegarmos no melhor nível nos Jogos Olímpicos. Acredito que esse estágio vai me dar uma noção do nível que estou e me possibilitar fazer alguns ajustes no meu judô. A partir daí, teremos que definir se ficamos em Paris ou os próximos estágios. Nós temos tempo, ainda faltam dois anos - comentou.
O francês gostou de ver que o CT do COB, no Parque Aquático Maria Lenk, usa uma estrutura do Parque Olímpico.
- Rever o Parque Olímpico é extraordinário. Ele não envelheceu mal. A maioria das estruturas olímpicas são abandonadas e aqui nos dá prazer de ver que elas estão sendo utilizadas, que realmente servem aos atletas brasileiros. Estou contente - analisou.
O Brasil já tem tradição em organizar grandes treinamentos de campo. Inclusive, simultaneamente ao treinamento de campo específico para os judocas do peso pesado, está sendo realizado outro grande evento em Pindamonhangaba, no interior de São Paulo. Para a lenda do judô francês, o Brasil era o lugar ideal para um treinamento após o bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 e na preparação para Paris 2024.
- Eu estou retomando o caminho do tatame, o treinamento. O Brasil é um país que representa meu crescimento. Foi aqui que eu ganhei meu primeiro grande título em 2007. Depois, fui campeão mundial mais uma vez em 2013 e campeão olímpico em 2016. A escola brasileira é muito forte e muito técnica. Então, é importante vir treinar em boas condições, buscar os pesados e meio pesados e, sobretudo, fazer um estágio onde vou aprender muitas coisas novas, principalmente em ne-waza (luta no solo) - contou.
Mesmo para quem está acostumado a treinar e enfrentar o francês nas maiores competições internacionais, vai ser importante ter tanto tempo e sessões de treinos ao lado de decacampeão mundial. Rafael Silva ainda não projeta Paris 2024, mas quer seguir buscando evolução a cada ano deste ciclo olímpico. Nada melhor do que treinar ao lado de um tricampeão olímpico para seguir evoluindo.
- É muito bom ter o privilégio de ter ele aqui em casa. Lá fora é difícil treinar com ele porque é muito concorrido. Poder pegar no quimono dele todo dia é um baita aprendizado. Eu e ele estamos numa fase parecida, procurando inspiração, buscando forças para poder enfrentar mais um ciclo olímpico e chegar bem nos Jogos. Juscelino e Cesarino ainda não tinham tido a oportunidade de treinar com ele e acredito que vai ser uma experiência que vai ser muito proveitosa para ambos - disse Rafael.
- Este é um ciclo para ter mais tranquilidade, buscar o equilíbrio de quantas competições vou fazer, como vão ser meus treinamentos de campo. Acho que isso é o mais importante - contou Baby, dono de duas medalhas olímpicas e que foi derrotado justamente por Riner na repescagem em Tóquio.