Essa coluna hoje se cala. Dá voz a quem enfrenta ou enfrentou a ameaça do coronavírus. Atletas de diversas modalidades que sofreram, em maior ou menor intensidade, com os sintomas e os males da doença.
"Estava me sentindo muito diferente de quando fico gripado. Não conseguia caminhar, tive febre, dores de cabeça e dores por todo o corpo. Tossia sem parar. Vendo todo o noticiário de coronavírus, resolvi ligar para o médico do clube. Ele, imediatamente, me mandou ficar em casa. Fiz um exame que confirmou que eu estava com a Covid-19. Passei a me submeter a algumas precauções: boa alimentação, muito líquido, nenhum treino e isolamento. É impossível ter vida normal com a doença, antes de me recuperar meu corpo ficou totalmente debilitado. E tenho dito para que tomem muito cuidado. Cuidem de si e do próximo, isso é muito importante. Os riscos precisam ser levados muito a sério, mas acredito que logo isso tudo vai passar. Já são quase duas semanas e hoje me encontro bem melhor. Treino todos os dias normalmente, sem restrições, por meio dos trabalhos de vídeo passados pelo preparador físico do clube. Antes, ainda tomava remédios para dor de cabeça e febre, que eram recorrentes, mas agora não tomo mais nada. Preciso somente ter cuidado com a alimentação". Jonathas de Jesus, atacante do Elche da França e o primeiro atleta brasileiro a contrair o novo coronavírus.
“Eu testei positivo para o Covid-19 há uma semana. A pior parte já passou, eu passei três dias complicados, mas agora acabou. Eu estou deixando o hospital em uma semana. Todos vocês, fiquem em casa. Isso não acontece apenas com as outras pessoas”. Earvin Ngapeth, astro da seleção francesa de vôlei masculino, que passou dias difíceis com a doença internado em uma UTI dos superlotados hospitais da França.
"Foi o pior vírus que já sofri. Apesar de ser uma pessoa saudável com pulmões fortes, sem fumar, de praticar esportes a vida toda, ser jovem e ter uma maneira de vida saudável, ainda estou lutando com fadiga e tosse residual que não consigo erradicar”. Cameron van der Burgh, nadador sul-africano de 31 anos, campeão olímpico nos Jogos de Londres-2012 e prata no Rio-2016, aposentado das piscinas há apenas um ano e três meses.
“Não sou capaz de sentir o cheiro de qualquer coisa nos últimos quatro dias. Alguém mais está vivenciando a mesma coisa?” Rudy Gobert, do Utah Jazz, um dos 14 atletas da NBA, que já confirmaram ter sido infectados pela doença, entre eles, Kevin Durant, Donovan Mitchell, Marcus Smart, Christian Wood e Trey Thompkins.
“As dores foram particularmente fortes, senti um aperto no peito. É um novo vírus, uma luta física contra um inimigo que não se conhece. Tive os primeiros sintomas em 5 de março, dor nas articulações e músculos e febre de 38,5 °. É preciso levar a sério e respeitar o isolamento”. Paolo Maldini, ex-craque do Milan e da seleção italiana que vive no epicentro da pandemia no seu país.
Além de Maldini, a Itália já teve pelo menos uma dúzia de outros jogadores infectados. Rugani e Blaise Matuidi, do Juventus; Manolo Gabbiadini, Omar Calley, Albin Ekdal, Antonino La Gumina, Morten Thorsby, Fabio Depaoli e Bartosz Bereszynsky, todos do Sampdoria; Dusan Vlahovic, Patrick Cutrone e German Pezella, da Fiorentina. Um início de conversas para retomar o campeonato paralisado, que surgiu na semana passada, foi imediatamente rechaçada pelos jogadores.
Outros dois esportistas, o ex-presidente do Real Madrid Lorenzo Sanz, que levou o time à conquista da Liga dos Campeões da Europa, em 1998 e 2000, encerrando um jejum de 32 anos sem títulos continentais; e o massagista português Mário Veríssimo amigo do técnico do Flamengo Jorge Jesus, com quem trabalhou no Estrela da Madeira, em Portugal, não estão mais aqui para dar seu depoimento: foram vencidos pelo vírus.
Será que depois disso você ainda tem alguma dúvida do que deve fazer hoje? Pois #fiqueemcasa.