Maratonistas ‘fogem’ dos centros urbanos e treinam de olho em Tóquio
Em meio à pandemia, Paulo Roberto e Daniel Chaves buscam áreas isoladas para correrem
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Os dois maratonistas do Brasil qualificados para os Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados para 202 trabalham como podem em tempos de quarentena. Daniel Chaves e o Paulo Roberto de Almeida Paula, que conseguiram o tempo mínimo de 2h11m30, exigido pela World Athletics (ex-IAAF), estão longe dos grandes centros urbanos para manterem a preparação na prova.
Com o adiamento ou cancelamento das competições no mundo por causa da COVID-19, eles não puderam tentar melhorar suas marcas por falta de corridas. Daniel, de 31 anos, conseguiu o índice na Maratona de Londres, na Inglaterra, em 2019, quando completou os 42,195 km em 2h11m10, ficando em 15º lugar.
Já Paulo Roberto, de 40 anos, foi o 24º na Maratona de Sevilha, na Espanha, em fevereiro deste ano, com 2h10m08, o melhor tempo da carreira. Com isso, qualificou-se para a terceira Olimpíada seguida, já que competiu em Londres-2012 e Rio-2016.
Paulo, que mora e treina na cidade de Moita, em Portugal, voltou para o Brasil no dia 24 de abril. Cumpriu os 14 dias recomendados de isolamento e reiniciou a preparação em Dracena, cidade a 20 km de Irapuru (SP), onde está morando.
- Estamos no começo, sem intensidade, fazendo 10 km em apenas um período por dia - disse o maratonista, oitavo colocado em Londres-2012 e sétimo no Mundial de Atletismo de Moscou-2013.
Atleta também da equipe Run Tejo, Paulo Roberto participa normalmente de várias competições em Portugal e na Europa. Acostumado a usar máscara nos treinos no inverno, adaptou-se bem à novidade.
- Vamos ter de conviver ainda mais um tempo com a ameaça da COVID-19 e por isso temos de tomar preocupações. Não é nada de outro mundo correr com máscara - comentou o atleta, que teve apoio da CBAt para voltar ao Brasil.
Já Daniel está treinando numa área rural de Brasília, também com os cuidados exigidos pela pandemia.
- Fizemos 30 dias de período de transição, quando foi anunciado o adiamento dos Jogos de Tóquio. Retomamos com trabalhos de reforço muscular e algumas corridas em estradas de terra. Estamos tendo essa facilidade por causa do local isolado em que Daniel mora - lembrou o técnico Jorge Luís da Silva.
O atleta nascido em Petrópolis (RJ), que morou dois anos num centro de treinamento na Holanda, corre com máscara em alguns momentos e, às vezes, abaixa para respirar, contou o treinador.
- Ele está voltando aos poucos, correndo entre 8 e 15 km por dia.
Daniel é recordista brasileiro na categoria sub-23 dos 10.000 m, com 28h49m42, obtido em 2009, no Rio de Janeiro.
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