No próximo dia 14, o coordenador-chefe da seleção brasileira de ginástica, Marcos Goto, será ouvido pelo Comitê Olímpico do Brasil sobre a denúncia de abuso sexual feita contra Fernando de Carvalho Lopes. Primeiramente divulgada pelo GloboEsporte.com, a iniciativa foi tomada após ginastas terem acusado o ex-treinador do Mesc em reportagem transmitida pelo Fantástico, onde também afirmam que Goto sabia dos casos de abuso e fez piadas ao invés de tomar providências para auxiliar os atletas que buscaram ajuda em São Caetano no ano passado.
Marcos Goto também será ouvido pela Confederação Brasileira de Ginástica, que ainda não marcou data para o encontro, mas divulgou o planejamento para o mesmo através de uma nota oficial.
Dizendo-se contra qualquer tipo de assédio, o coordenador se pronunciou sobre o caso em entrevista concedida à TV Globo na última terça-feira. Reconhecido principalmente pelo trabalho realizado com Arthur Zanetti no ouro em Londres (2012) e na prata no Rio (2016), Marcos Goto afirmou que os casos eram vistos como boatos e que ele, assim como outros profissionais da ginástica, foram surpreendidos com a denúncia dos mais de 40 atletas.
- Em primeiro lugar, boatos não são fatos. Os boatos existiam na ginástica. O mundo da ginástica inteiro no Brasil sabia dos boatos. Todos já tinham ouvido sobre esses boatos, mas os atletas jamais tinham chegado em algum adulto e falaram realmente o que aconteceu. Tanto que só agora esse caso começa a sair e os atletas começam a falar. Jamais algum atleta veio a mim e relatou o que aconteceu como está sendo falado agora. Gracejos sempre tiveram no meio da ginástica. Esses boatos existiam realmente, mas o fato nunca foi falado para mim ou para outro treinador - disse.