McLaren abriu porta para undercut na Hungria por saber que ‘poderia ser consertado’
Chefe da McLaren defendeu os atos da equipe no GP da Hungria
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Chefe da McLaren, Andrea Stella defendeu os atos da equipe durante o GP da Hungria de domingo (21). O dirigente assumiu que sabia que, ao parar Lando Norris antes de Oscar Piastri, estava abrindo a porta para um undercut, mas assumiu o risco como uma estratégia cautelosa por ter certeza de que as posições poderiam ser revertidas.
Beneficiado pelo undercut, Norris sustentou a liderança até a volta 68, mas entregou a posição após repetidos pedidos do engenheiro Will Joseph para inverter a posição. O britânico garantiu, porém, que não pensou em ignorar a ordem, mas queria esperar até a volta final.
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Questionado se cogitou a possibilidade de Norris manter a posição e receber a bandeirada na frente, Stella respondeu: “Não. Conheço Lando o suficiente. Sei que, quando você tem um piloto e lida com um piloto, às vezes você tem de se comunicar com todos os lados de um piloto de corrida”.
- Mas eu sei bem o bastante que, dentro de Lando, temos um piloto de corrida e um jogador de equipe. Esses dois elementos se uniram perfeitamente hoje para criar o que era a coisa certa hoje para a equipe, para Oscar e para Lando - defendeu.
- Então, deste ponto de vista, estamos muito felizes. Sabemos que, por natureza, nenhum piloto de corrida diria: ‘Ok, então. Quando vamos fazer isso?’ - seguiu.
- Eles sempre esperam — quando estão na primeira posição de um GP de Fórmula 1, eles sempre esperam que… ‘Ah, talvez a equipe me deixe ficar com isso’. Mas já tínhamos sido muito claros antes da corrida. Acho que é uma situação que prova, que mostra, que demonstra mais uma vez, o que significa ser parte da equipe de F1 da McLaren - avaliou.
- Esses são os valores — e às vezes eles entram em conflito com o instinto de um piloto de corrida. Mas os valores, a cultura e o que é bom para a equipe são sempre as coisas mais importantes - sublinhou.
A situação, porém, foi criada pela McLaren, que parou Norris primeiro, ainda que o britânico estivesse perto da liderança o suficiente para fazer o undercut.
- Nós sabíamos que, indo primeiro com Lando, essa poderia ser a situação, mas não teríamos feito se não soubéssemos que isso poderia ser consertado. Hoje, porque estávamos em Hungaroring e porque estava tão calor, tinham duas variáveis que realmente gostaríamos de acertar. A primeira é que não queríamos parar cedo demais, pois os pneus estavam degradando muito. Não queríamos ficar sem pneu se Verstappen se tornasse um problema no fim da corrida - explicou.
- Portanto, queríamos adiar a parada o máximo possível. O segundo elemento é que você pode ter um problema na parada. Você precisa ser cauteloso do ponto de vista do pit-stop ou quer parar só quando tem 3s? Pois aí você sabe o que acontece: toda a pressão recai sobre a equipe do box. Eu não quero, em uma corrida como a de hoje, que a pressão fique na equipe de pit-stop. Prefiro assumir a responsabilidade do pit-wall e garantir o 1-2 e, depois, lidar com a situação entre o pit-wall e os pilotos, pois falamos sobre a situação e sabemos como lidamos com a situação - justificou o chefe da McLaren.
- Sei que, para a mídia, assistindo pela TV, isso vira uma história. Mas, para nós, internamente, isso é parte da maneira que corremos. É por isso que investimos tanto em cultura, em valores e na mentalidade, pois queremos poder lidar com a situação se queremos estar no campeonato com Lando, com Oscar e com a McLaren - frisou.
Por fim, Stella não mostrou incomodo com a aparente resistência inicial de Norris em entregar a posição a Piastri.
- Ele é um piloto de corrida. Me diga um piloto de corrida que não agiu assim. Acho que não dá para falar de muitos que não teriam feito o mesmo até a volta 70”, comentou. “Ficaria extremamente preocupado se Lando não tivesse demonstrado que é ‘um piloto de corrida’, pois esse é o espírito que você precisa para lutar duro, como você precisa lutar quando está na disputa com um topo como Max Verstappen, Lewis Hamilton e o próprio Oscar - ponderou Andrea.
- Então isso demonstrou o espírito, o espírito de um piloto de corrida, mas acho que seria injusto — poderia até ser muito divertido falar de aspectos controversos —, mas seria injusto não falar da resolução, que aconteceu de acordo com o nosso jeito de correr - encerrou.
A Fórmula 1 volta de 26 a 28 de julho, em Spa-Francorchamps, para a disputa do GP da Bélgica.
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