Com seis etapas para o final, a F1 parte para os momentos decisivos com os dois títulos em aberto. A verdade, porém, é que existem favoritos claros: pela vantagem confortável nos pontos, Max Verstappen tem tudo para ser tetra, enquanto que nos Construtores, ainda que a margem seja bem apertada, a McLaren lidera e tem, de longe, o melhor equipamento.
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Do Mundial de Pilotos, trataremos no texto de amanhã. Foco, então, na disputa por equipes. E aqui o papo parece ser mais sobre o tamanho da vantagem da McLaren do que a disputa em si. É que os britânicos já se colocavam favoritos até mesmo quando estavam consideravelmente atrás da Red Bull nos pontos. Com a ultrapassagem feita, dá sinais de que vai deixar a rival comendo poeira.
Olhando para a história da temporada, até que demorou bastante para a McLaren, enfim, assumir a dianteira. Primeiro porque tem o melhor carro desde o GP de Miami, quando fez uma certeira atualização, ainda na sexta etapa do campeonato. Mas não só isso: a Red Bull conta com um genial Verstappen, mas também com Sergio Pérez, que não acrescenta em nada.
Ou seja, era basicamente o neerlandês e as seguidas bobeadas papaias que seguravam o campeonato do jeito que tava, naquele cenário mentiroso com os energéticos na frente. Agora, mesmo com muitos pontos jogados fora e que, certamente, poderiam mudar o cenário na disputa entre os pilotos, a McLaren já entra em voo de cruzeiro no Mundial de Construtores.
A Red Bull ainda é vice-líder e, pelo menos nos pontos, continua viva. São 41 de desvantagem para a McLaren e, de novo, o fator Verstappen como fiapo de esperança. Por outro lado, Pérez já surge em oitavo e a equipe não sabe o que é vencer desde a Espanha, ou seja: oito corridas de jejum.
Com a má fase taurina que vem desde uma crise interna que dura o ano todo ao momento ruim técnico com atualizações que transformaram o RB20 em um monstrengo, os energéticos ainda sonham, mas precisam olhar mais para trás do que para frente. No retrovisor, um carro vermelho começa a crescer perigosamente.
A Ferrari vem em momento bem superior ao da Red Bull. Ainda que não seja garantia de nada daqui até o final do ano, isso é um fato. Os italianos tropeçaram em Singapura, mas muito pelos erros cometidos pelos pilotos no Q3, inviabilizando assim uma corrida que poderia dar até em vitória. O carro é bom, deixou de quicar e voltou a andar rápido. São quatro pódios nas últimas cinco corridas, sequência quebrada justamente na bobeada da Marina Bay.
41 pontos entre McLaren e Red Bull, 34 entre Red Bull e Ferrari e um caminhão entre Ferrari e Mercedes. Mais precisamente, 112 pontos separam as duas equipes da ‘F1 A’ que mais oscilam. E a oscilação atual dos prateados é para baixo. Sem força desde que as férias originais acabaram, a Mercedes se arrasta pelas pistas e parece só cumprir tabela até a despedida de Lewis Hamilton. É realmente figurante pensando em Mundial de Construtores nas etapas finais.
Dali para trás, uma Aston Martin muito abaixo do que deveria também, mas totalmente segura como quinta força, enquanto RB e Haas trocam socos pela sexta colocação em disputa totalmente aberta. A RB, aliás, vem com Liam Lawson na vaga de Daniel Ricciardo, enquanto os americanos apostam as fichas no grande ano vivido por Nico Hülkenberg.
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Há ainda a briga pelo oitavo lugar — ou seria contra o nono lugar? Em fase muito melhor e renovada com Franco Colapinto na vaga de Logan Sargeant, a Williams é favorita diante de uma Alpine que se arrasta completamente. E que provavelmente só não vai ser lanterna porque a Sauber é incapaz de pontuar.
Assim, com seis corridas para o fim, a F1 tem tudo para ver a McLaren encerrar um desagradável jejum de 16 anos sem levantar uma taça e incríveis 26 sem saber o que é ser campeã do Mundial de Construtores. Marcante, mas poderia ser ainda melhor.
A Fórmula 1 enfim volta no fim de semana, entre os dias 18 e 20 de outubro, para o GP dos Estados Unidos, em Austin.