O brasileiro Gabriel Medina não crava que competirá o Circuito Mundial de Surfe (WCT) de 2022. Uma pausa não está descartada pelo surfista, que conquistou seu tricampeonato na última terça, em Trestles (EUA). Em entrevista exclusiva ao LANCE!, ele admitiu que pode, pela primeira vez desde que estreou na elite, ficar sem disputar etapas do campeonato da WSL.
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- Preciso parar um pouco de pensar só em competição, porque tudo que eu faço hoje, alimentação, rotina… É tudo focado em competição, para eu estar 100% em todos as disputas. Eu nunca perdi uma etapa. É difícil fazer isso por anos. Acho que chegou o momento em que eu preciso dar uma pausa - disse Medina.
O brasileiro ingressou na elite do surfe mundial em 2011, com apenas 17 anos. Em 2021, completou dez no tour - com exatamente 100 etapas disputadas de lá para cá. Dessas, subiu no lugar mais alto do pódio 17 vezes - contando o último WSL Finals -, além de faturar três títulos mundiais (2014, 2018 e 2021).
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Medina, no entanto, ainda disse que a decisão não está tomada em sua cabeça.
- Esse ano foi difícil, emendei uma viagem na outra, quase não voltei para casa. São dez anos que tenho que estar no mesmo nível, treinando, fazendo escolhas para performar melhor... É muito intenso, exige bastante. Eu quero me dar um tempo, mas é algo que ainda vou parar para pensar, deixando dia após dia… Vamos ver como vai ser - completou o surfista, que é casado com a modelo Yasmin Brunet.
No passado, alguns surfistas já optaram por um ‘ano sabático’. O mais recente deles foi Mick Fanning, que disputou apenas cinco das onze etapas em 2016, retornando ao campeonato de forma integral em 2017. O australiano, também tricampeão mundial, no entanto, já estava com 35 anos - Medina tem 27 -, e o fez após perder o irmão mais velho e passar pelo ataque de tubarão durante uma etapa da África do Sul, em 2015.
Caso opte por disputar apenas algumas baterias em 2022 - ou até nenhuma -, Medina poderia não alcançar a posição necessária na tabela para se garantir na elite de 2023.
No entanto, em contato com a Liga Mundial de Surfe (WSL), a entidade confirmou que, caso o brasileiro decida por isso, ele seria ‘beneficiado’ com um convite direto para o WCT do ano seguinte - assim como acontece com atletas que sofrem com lesões durante a temporada.