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Mesmo sem lutar, brasileiros vão à semi do boxe nos Jogos da Juventude

Adversário de Luiz Gabriel Oliveira não apareceu para pesagem, enquanto rival de Keno Machado foi punido após gestos obscenos para a arbitragem

Luiz Gabriel Oliveira, do boxe
imagem cameraLuiz Gabriel Oliveira, o "Bolinha", é neto de Servílio de Oliveira (Foto: Jonne Roriz/Exemplus/COB)
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Buenos Aires (ARG)
Dia 15/10/2018
17:18

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A estreia do boxe brasileiro nos Jogos Olímpicos da Juventude estava prevista para esta segunda-feira, mas duas das três lutas foram canceladas. Com isso, os pugilistas verde e amarelos avançaram direto às semifinais do torneio. O peso-mosca (-52kg) Luiz Gabriel "Bolinha" Oliveira - neto de Servílio de Oliveira, bronze olímpico no México-1968 - teria pela frente o afegão Sultan Mohammad Naeemi, mas o adversário não apareceu para a pesagem e foi desclassificado.

Já Keno Marley Machado, da categoria médio (-75kg), viu seu adversário Naichel Millas ser punido por gestos obscenos ao árbitro em luta realizada no último domingo quando foi derrotado pelo tailandês Weerapon Jongjoho - este será o próximo adversário de Keno, nesta terça. Bolinha também enfrenta um tailandês nesta terça-feira por vaga na final: Sarawut Sukthet.

O único brasileiro a subir ao ringue nesta segunda foi Kauê Belini, da categoria meio-médio. O pugilista foi superado por Jakhongir Rakhmonov (Uzbequistão) por 4 a 1, ficando sem mais chances de conquistar medalhas nos Jogos. 

- Estava preparado psicologicamente e taticamente para esta luta, mas infelizmente o adversário não veio. Estamos prontos para a próxima luta, que terá uma estratégia específica. Vamos aperfeiçoá-la para amanhã” - projetou Bolinha, que foi bronze no último Mundial Juvenil, com apenas 17 anos. Além disso, ele foi convocado para a seleção juvenil pela primeira vez em meados de 2017, conquistou o título de campeão continental, em maio, nos Estados Unidos, e a prata em um torneio no Equador, em julho.

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O atleta, que sempre teve forte influência familiar na vida, garante já se sentiu pressionado pela "sombra" do avô. Bolinha começou no boxe aos dez anos de idade, assistindo aos treinos do pai Ivan de Oliveira. Atualmente, ele considera o passado esportivo de Servílio como inspiração.

- Meu avô fica muito feliz que a família continua no boxe. Ele sempre torce, acompanha minhas lutas, me manda mensagem. Ele falou para eu não ficar satisfeito com o bronze. Eu quero bastante uma medalha nos Jogos Olímpicos da Juventude para nossa equipe, para o nosso país. E, se possível, trocar a cor da medalha para dourada - afirmou o jovem. 

Treinador-chefe da equipe brasileira de boxe em Buenos Aires, Mateus Alves, certamente não esperava a eliminação dos adversários. Ele conta que terá que mudar a preparação dos atletas para as semifinais já nesta terça. 

- A gente gostaria de ter lutado. Nunca é bom não lutar, porque os nossos adversários já lutaram e nós não. Altera toda nossa programação, mas faz parte. Temos que controlar a ansiedade, o peso, e dar a volta por cima. Vamos treinar forte agora e amanhã serão duas boas lutas contra a Tailândia. São dois campeões asiáticos contra dois campeões das Américas. Serão lutas duras, mas bem possíveis de se passar - analisou Mateus.

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