Lucas Verthein, principal remador brasileiro da atualidade, único representante do país na modalidade nos Jogos Olímpicos de Tóquio, viveu mais um fim de semana especial. O atleta do Botafogo terminou a segunda etapa da Copa do Mundo de Remo, em Varese, na Itália, no Top 10 da categoria Single Skiff, figurando na oitava colocação dentre 33 inscritos nesta que é a prova mais nobre e mais concorrida. E mais: na semifinal, mesmo não tendo avançado para a final, visto o alto nível de competitividade, fez seu melhor tempo da carreira (06'48"75).
Na sexta-feira (16/06), Verthein já tinha passado pelas eliminatórias, com o tempo de 06’54”10, e pelas quartas de final (06’56”47). Nas semifinais de sábado, quando avançaram para a final A apenas os três melhores de cada uma das duas baterias, o brasileiro remou demais, batendo sua melhor marca, mas, ainda assim, não foi o suficiente, chegando em quarto. Com o resultado, disputou no domingo a final B e terminou em segundo, com o tempo de 06’51”48, atrás apenas do italiano Davide Mumolo (06’48”98), finalizando no 8º lugar geral.
“Fiz quatro corridas pra baixo de sete minutos, uma delas pra baixo de 6’50”, inclusive, melhorando meu melhor tempo e quebrando meu recorde. Na semifinal, estive realmente bem rápido, mas ainda com muito a melhorar. Fui extremamente competitivo, fiz provas duríssimas, sinto uma evolução muito boa. Competir com atletas de alto nível, como o melhor skiffista italiano, na minha final, faz você ir além do seu limite e buscar cada vez mais a excelência técnica e fisiológica. Estou muito feliz e grato pelo que mostrei aqui em Varese”.
O campeão do Single Skiff na Itália foi o alemão Oliver Zeidler, com o excelente tempo de 06’36”18. Em segundo chegou o dinamarquês Sverri Nielsen, que cruzou a linha de chegada também com um tempo muito bom (06”39”13). Em terceiro, o japonês Ryuta Arakawa (06’44”16). Lucas Verthein, que na primeira etapa da Copa do Mundo, em Zagreb, na Croácia, terminou no 13º lugar geral, vibrou com seu desempenho em Varese, agora figurando entre os 10 melhores remadores do mundo na categoria.
“Foi o melhor resultado de um brasileiro no Single Skiff na história da Copa do Mundo, o que me deixa muito orgulhoso. Não só levando em conta a colocação, mas também a densidade competitiva, que é o nível da prova, com um alto número de atletas na minha categoria, sempre a mais disputada. Na primeira etapa, boa parte dos países não foi. Mas, na segunda, praticamente todos já estavam presentes. É um parâmetro muito bom de se ter, porque todos os barcos já estão sendo testados para o Mundial e até mesmo para os Jogos Olímpicos”.
Mundial, em setembro, é primeira chance de vaga em Paris-2024
A Copa do Mundo é realizada anualmente desde 1997, organizada pela Federação Internacional de Remo. O circuito é composto de três etapas (antes de 2001 eram quatro) e a terceira e última de 2023 será disputada em Lucerne, na Suíça, de 7 a 9 de julho.
“Agora, sabendo que entrei no Top 10 dos remadores mundiais, o sentimento é de quero mais. Isso só me alimenta cada vez mais. Fica a vontade de entrar no Top 6, aqueles que chegam à final A; a vontade de trazer uma medalha da Copa do Mundo; a vontade de trazer uma medalha do Mundial; a vontade de trazer uma medalha olímpica; e a vontade de ganhar os Jogos Pan-Americanos. É foco nos próximos objetivos. Vamos com tudo porque tenho só 25 anos e muita coisa pela frente”, finalizou Lucas Verthein.
Lembrando que, além da última etapa da Copa do Mundo, Lucas ainda tem na sua programação neste ano o Mundial, de 3 a 10 de setembro, em Belgrado (SER), e o Pan-Americano, de 20 a 25 de outubro, no Chile. No Mundial, inclusive, a primeira chance de garantir uma vaga nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, quando nove barcos já se classificam. A segunda chance se dará no Pré-Olímpico do Rio, no ano que vem.