O que aconteceu no Mundial de Fórmula 1 de 2008? O que Felipe Massa reclama?

Em abril deste ano, Felipe Massa decidiu recorrer e analisar as suas opções legais do título de 2008, entenda como foi o campeonato e as queixas do ex-piloto, que nesta época estava na Ferrari

imagem cameraUm campeonato disputado entre o brasileiro e Lewis Hamilton, em seu segundo ano na elite do automobilismo (Foto: VANDERLEI ALMEIDA / AFP)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 28/08/2023
18:39
Atualizado em 01/09/2023
14:30
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Em abril deste ano, Felipe Massa afirmou que decidiu analisar as opções legais sobre o título de 2008, conquistado por Lewis Hamilton. A ação do brasileiro aconteceu depois e uma declaração de Bernie Ecclestone, ex-chefão da Fórmula 1, que disse que tinha conhecimento sobre o "Singapuragate", que ocorreu no mesmo ano. O ex-piloto da Ferrari perdeu o título para o heptacampeão por um ponto de diferença.

Havia pessoas nesta época que não acompanharam o Mundial, mas que assistem a categoria atualmente. O Lance! está aqui para tirar todas as suas dúvidas e te explicar sobre uma das temporadas mais malucas da categoria, que originou o bordão dito por Galvão Bueno: "Cadê o Glock, cadê o Glock, cadê o Glock? E o Glock não aguentou e não resistiu".

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CONTEXTO ATÉ O POLÊMICO GP DE SINGAPURA

Na temporada de 2008, diversos pilotos se revezaram na liderança do campeonato até o GP da Inglaterra, onde Hamilton, que estava em seu segundo ano e pilotava uma McLaren, voltou a assumir a primeira colocação. No entanto, Massa o perseguiu na segunda posição após os GP's da Alemanha, Hungria e Europa, começando a diminuir a liderança para o líder. Ambos chegaram em Singapura com uma diferença de apenas um ponto na tabela.

Sendo assim, uma vitória nesta corrida concederia ao brasileiro a liderança, caminho facilitado pela pole position da Ferrari.

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O GP DE SINGAPURA

Carro de Piquet Jr. (Foto: Divulgação/F1)

A corrida estava indo bem até a curva 17 da volta 14 em Marina Bay. Nelson Piquet Jr, filho do tricampeão, bateu no muro quando Felipe liderava a corrida, em um trecho de difícil acesso, que obrigaria a adoção do safety car para a remoção do carro.

Aproveitando a bandeira amarela, o brasileiro foi convocado pela Ferrari para ir aos boxes. No entanto, a equipe, durante o pit stop, liberou o piloto antes de ter terminado reabastecimento. Massa saiu com a bandeira presa ao veículo e, por isso, teve que parar no pitlane. Depois desta grande confusão, o ferrarista bateu em Adrian Sutil, da Force India, o que lhe ocasionou ainda uma punição, além do quase um minuto perdido.

Para piorar a situação, Felipe furou um pneu furado na parte final da prova e teve que voltar para os boxes. A diferença de um ponto para o heptacampeão, aumentou para sete, faltando três corridas para o fim. A prova terminou no Lewis em terceiro e o piloto da equipe de Maranello em 13º.

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BATIDA NO JAPÃO

Achou que a confusão terminou por ai? Não mesmo. Logo na corrida seguinte, no Japão, a disputa pelo título gerou um acidente. Hamilton e Felipe colidiram no início da prova, da forma que jogou o piloto da McLaren, que era pole, para o fim do grid.

Após a avaliação dos comissários, o brasileiro foi punido por um drive though - o piloto deve dirigir pelo pit lane em velocidade reduzida, sem parar ou trocar os pneus - no entanto, conseguiu pontuar chegando em sétimo, diferentemente do britânico, que ficou em 12º. Assim, Massa diminuiu a diferença no campeonato de sete para cinco pontos.

O HISTÓRICO INTERLAGOS DE "CADÊ O GLOCK? CADÊ O GLOCK? CADÊ O GLOCK?"

Massa com seu troféu da vitória em Interlagos (Foto: Rui Vieira/PA)

Na penúltima prova, na China, a vitória de Hamilton fez a diferença e levou a decisão para o Brasil. Em Interlagos, o brasileiro venceu a chuvosa corrida com Hamilton em sexto lugar antes de cruzar a linha de chegada. Até então, Massa conseguiu a combinação de resultados que precisava para conquistar o primeiro título do Brasil desde Ayrton Senna em 1991, mesmo com ambos empatados em pontos, Massa com mais vitórias - seis contra cinco - levaria menlhor no critério de desempate.

No entanto, a alegria do brasileiro durou pouco, pois Tim Glock foi superado por Hamilton - e assim veio o famoso bordão de Galvão durante a transmissão - que cruzou a linha de chegada na quinta colocação e conquistou seu primeiro título mundial por um ponto de diferença.

O SINGAPURAGATE

Em setembro daquele mesmo ano, dois dias depois da corrida, Piquet Jr relatou a um amigo da família que havia batido de propósito em Singapura, para acionar o safety car que beneficiaria Fernando Alonso, vencedor da prova. A ordem foi dada pelo dirigente da Renault, Flavio Briatore, e pelo diretor de engenharia, Pat Symons. Até os dias atuais, é um dos maiores escândalos já ocorridos na categoria.

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O QUE FELIPE MASSA RECLAMA?

Em março deste ano, o ex-chefão da categoria, Bernie Ecclestone, opinou sobre o heptacampeão Lewis Hamilton, que atualmente pilota pela Mercedes. O britânico declarou que tanto ele, quanto Max Mosley, que era presidente da FIA - Federação Internacional de Automobilismo, sabiam o suficiente para investigar o "Singapuragate", pois foram informados de tudo ainda em 2008, no entanto, optaram por não fazê-lo para resguardar a imagem do esporte.

Após a declaração, Massa resolveu analisar o campeonato e neste mês, o brasileiro enviou uma carta para a FIA e a F1, uma medida obrigatória no Reino Unido antes do ajuizamento de uma ação judicial. O documento aponta que o ex-piloto seria campeão por direito de 2008, sendo vítima de uma conspiração das entidades por ocultarem o teor intencional da batida em Singapura e falharem com o próprio regulamento.

Muitas personalidades foram questionadas pela imprensa sobre essa questão e decidiram manter o silêncio sobre suas opiniões, mas não deixaram de apoiar o brasileiro. O mais recente foi de Jean Todt, ex-presidente da FIA e ex-chefe de Massa, que durante a etapa de Goiânia, de StockCar, neste domingo (27), revelou ao Sportv que devemos respeitar o Felipe em suas decisões.

- Não é questão de eu concordar ou não. É a vida do Felipe. Se ele faz isso, é porque ele considera ter bons motivos. Você respeita isso, mas nesse momento não tenho outros comentários a fazer, seria inapropriado - disse Todt.

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