Ocon vira página e precisa assinar qualquer contrato para manter sonho da F1 vivo

Descartado pelos franceses e rejeitado pela Williams, o time americano virou a solução para salvar a carreira

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Esteban Ocon viu o mundo virar de cabeça para baixo em questão de semanas e já sabe que vai deixar a Alpine ao final da F1 2024. O francês de 27 anos, que vinha de um começo de temporada sólido e dominava o duelo interno com Pierre Gasly, especialmente em classificações, bagunçou tudo no GP de Mônaco. Mas tudo mesmo.

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Após ter desempenho inferior que o companheiro de Alpine na classificação, Ocon partiu para o tudo ou nada já na largada em Monte Carlo. Tal qual um ‘Pica-Pau de polainas’, mergulhou duas vezes para cima de Gasly e acabou literalmente em cima do carro do colega de time. Para a sorte de Pierre, uma bandeira vermelha logo veio e os reparos puderam ser feitos para que o rapaz levasse a Alpine ao sofrido pontinho do décimo lugar, mas isso não aliviou a barra de Esteban lá dentro.

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Bruno Famin, chefe da equipe, que vinha sendo cobrado especialmente pela imprensa francesa por não aparecer nos momentos de crise, botou a boca no mundo. O dirigente descascou Ocon publicamente, chegou até a cogitar a suspensão do piloto no GP do Canadá. E escancarou que havia ali um problema sério.

O mais curioso é que, além do fato de que a fase de Esteban era, sim, melhor que a de Gasly no princípio de 2024, isso parecia se alastrar para todo o resto. Explicamos: Pierre era a bola da vez para deixar a Alpine e Ocon, enquanto isso, parecia controlar o próprio destino, renovando com os franceses ou migrando para a Haas. Até com a Mercedes o rapaz sonhava. Talvez sonhasse falando alto demais, aliás.

Fato é que a Alpine ouviu Ocon se jogando para a Mercedes, viu Gasly começando a embalar e, principalmente, se revoltou com a primeira volta do GP de Mônaco. E assim, num estalar de dedos, Esteban saiu de dono do destino para sem emprego garantido na F1 2025, descartado pelo time francês.

Aqui, antes de partir para a projeção em si sobre o futuro de Esteban, a gente abre um rápido parêntese: lembra daquele texto falando da renovação de Alexander Albon com a Williams? Pois bem, a conclusão, no fim, vai ser a mesma: tem de topar o que vier pela frente para se manter na F1. E isso provavelmente vai se repetir em breve com Gasly. É a tal Geração 1996 em risco seríssimo.

Enfim, sigamos. Ocon agora parte para explorar o mercado de pilotos, mas com outra urgência e em outra posição. Agora não há mais garantia, tampouco tempo a se perder. O grid do ano que vem vai afunilando e esperar a Mercedes lembrar que ele existe, certamente, não é a melhor das opções. Alpine? Já era. Williams? Esquece, basicamente soltou uma nota de repúdio ao falar do rapaz.

Então, o negócio é realmente abraçar a Haas e assinar esse contrato de uma vez. Há quem diga que o acordo está próximo e que tanto Ocon quanto Oliver Bearman já estão praticamente certos no time, mas não pode vacilar. Tem de assinar logo.

(Foto: Andrej ISAKOVIC / AFP)

Esteban, com essa pecha de ser um ‘descompanheiro de equipe’, com histórico de desavenças internas desde a Manor com Pascal Wehrlein até a própria Alpine com Fernando Alonso, passando, é claro, pela rivalidade quente na Force India com Sergio Pérez, hoje certamente tem mais portas fechadas do que abertas.

Fora da Alpine e perto da Haas, Ocon pode estar entrando no último vínculo com uma equipe na carreira. Agora, como foi com Albon e a Williams e será com Gasly e a Alpine, é hora de agarrar a chance que existe e, no caso de Esteban, tentar mostrar que pode ser um ‘team player’. Quem sabe assim, e só assim, ainda consiga abrir portas que hoje estão trancadas.

Fórmula 1 retorna neste fim de semana, de 7 a 9 de junho, com o GP do Canadá, nona etapa da temporada 2024.

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