O bicampeão mundial de longboard Phil Rajzman explicou através de uma rede social o motivo de sua ausência nos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019. Segundo o brasileiro, a Pan American Surfing Association (Pasa) realizou um evento classificatório para o Pan no ano passado e houveram falhas na organização e julgamento de notas dos surfistas.
- O presidente da Pasa é vice-presidente da International Surfing Association e não é possível que ele não conheça a regra que diz que é obrigatório ter quatro câmeras no evento, uma para cada atleta que está na água. Eles tinham apenas uma que sempre favorecia os peruanos. Qualquer atleta que surfasse uma onda e tivesse um peruano antes ou depois, a onda não era filmada completamente. As ondas peruanas eram filmadas e julgadas por completo, enquanto as dos outros atletas eram pela metade.
O atleta, referência na modalidade, ressaltou que outros países também foram prejudicados. Rajzman revelou que foi eliminado por conta da falta de câmeras. O atleta afirmou que o head judge, o juiz principal da bateria, admitiu o erro da organização, mas que não era possível mudar o resultado.
- Diversos países como Costa Rica, Canadá e Estados Unidos foram prejudicados. A minha situação foi um pouco pior porque eu precisava de uma nota muito baixa, um 5,00 e peguei uma onda muito boa, perto de 9,00. Não consegui e usaram a justificativa de que minha onda foi filmada pela metade e não poderiam julgá-la por completo. Fui até a comissão pedir explicações. O head judge era um brasileiro. Ele admitiu que a onda tinha sido superior à nota dada, mas infelizmente, não poderiam mudar o resultado divulgado. Eles podem sair das regras e favorecer os peruanos, mas não podem voltar atrás e fazer o justo.
Ao final do desabafo, Phil Rajzman garantiu que continuará torcendo pelo país e pelo esporte.
- Vitórias e derrotas fazem parte, estou acostumado. Vou continuar torcendo pelo Brasil e, principalmente, pelo surfe, porque quem está lá, não está preocupado com o esporte.
Phil Rajzman tem 37 anos e foi campeão mundial de longboard em 2007 e 2016 pela World Surf League, além de ser bicampeão panamericano. No Jogos de Lima, o Brasil está sendo representado por Wenderson Biludo e Chloé Calmon.