Oi amigos, tudo bem? Espero que todos estejam enfrentando esses dias difíceis com serenidade e segurança. Tenho certeza que, assim como eu, todos sofrem com esses números que crescem todos os dias. Vou ser honesto, é duro ter paciência, mas ficar em casa é nossa melhor defesa.
Na semana passada, eu estava comentei sobre as mudanças no calendário, com a nova programação do IMSA WeatherTech SportsCar Championship indicando a rodada de Detroit como a segunda do campeonato. Estava muito entusiasmado e contando as horas para voltar a correr. Infelizmente, a etapa de Detroit também precisou ser adiada.
Num campeonato como o nosso, de caráter internacional, há a presença de muitos estrangeiros entre pilotos, equipes e profissionais de maneira geral. Vamos supor que o local da corrida não esteja com tantos problemas ou mesmo já superando a pandemia. Mas se o restante do país ainda estiver lutando para conter o vírus, é claro que o pessoal da região não vai gostar de receber gente de fora, com o risco de haver novas contaminações.
E tem também a restrição aérea em todo lugar. Esse pessoal que viaja para os Estados Unidos, não conseguiria chegar. A verdade é que para onde a gente olhe, está lá uma barreira impedindo a voltar à vida normal. Não adianta simplesmente marcar uma data e pronto. São tantos os novos parâmetros que essa equação ficou muito mais complexa.
O novo cronograma tem agora a etapa de Watkins Glen no dia 28 de junho. Ou seja, de hoje até o primeiro dia de treinos são exatos 77 dias. Como é bastante tempo de espera, dá aquela esperança de que as coisas vão melhorar e poderemos correr.
Essa fase do campeonato é muito importante porque a prova de Watkins Glen, com duração de seis horas, acontece num fim de semana e, no outro, voltamos a correr, mas aí em Bowmanville, no estado de Ontário, Canadá. Dá umas quatro horas de carro, de uma pista para a outra. Então, o negócio é torcer.
Enquanto isso, eu estou dando uma de reparador residencial aqui em casa. Sempre tem umas coisinhas para fazer. É uma porta que precisa lixar, é uma prateleira que precisa fixar na parede, é uma torneira que não fecha direito e por aí vai. É impressionante como aparecem coisas quando a gente começa a fuçar na casa.
Meu programa de atividade física é diário. Tenho de estar em forma o tempo todo, exatamente como faço na época das corridas. Outra parte do dia eu falo com o pessoal da Penske, atendo a imprensa (nunca dei tanta entrevista online como agora), fico em contato com a família para saber se está tudo bem, cuido de mais algumas coisinhas e, quando percebo, o dia acabou.
E assim vamos levando, cada um da sua maneira, mas certamente todos com a rotina alterada. Se a gente conseguir passar essa fase com esperança, fé e tomando todos os cuidados, uma hora ou outra toda essa experiência fará parte do passado. Assim espero e rezo todos os dias.
A quarentena aqui nos Estados Unidos tende a ser mais longa do que esperado. É por isso que, aqui ou aí no Brasil, devemos ficar em casa, para a nossa segurança e dos outros.
Forte abraço e até semana que vem.
Helio Castroneves é piloto do Acura Team Penske no IMSA WeatherTech SportsCar Championship e do Chevrolet Team Penske na Indy 500.