Já estou de volta aos Estados Unidos e cumprindo agenda da Meyer Shank Racing e IndyCar. Nesta quarta, 9, passei o dia no simulador da Honda, em Indianapolis, já na preparação para a abertura do campeonato, em St. Petersburg. Depois disso, foi uma atividade promocional de corrida virtual que, definitivamente, não é minha praia. Mas tudo bem, acabo me divertindo assim mesmo.
E por falar em “praia”, pilotar no gelo realmente não é a minha. Em compensação, foi uma alegria imensa ter participado no final de semana do Race of Champions, na Suécia. Vivenciar uma experiência totalmente nova, nada parecido com o que estou acostumado, foi algo valioso e muito divertido.
Desde o início ficou claro para mim que minhas chances eram muito pequenas, então, tratei de aproveitar cada oportunidade para aprender a conduzir um carro em condições tão adversas, numa atmosfera sem qualquer similaridade com tudo o que já fiz.
Não que eu fosse um novato completo na neve. Anos atrás, na Dinamarca, participei de uma disputa em piso de gelo, mas dessa vez era neve no duro, metros e metros de neve, qualquer que fosse o lado que virasse o volante. Foi gostosíssimo passar esse final de semana por lá, mas neve não é comigo.
Por outro lado, ver a tocada do Sébastien Loeb, nove vezes campeão do mundo de rally, é um prazer enorme. A maneira como ele conduz o carro e o controle que tem nas curvas, realmente, fazem dele um dos melhores do mundo de todos os tempos. E a final, contra Sebastian Vettel, tetracampeão mundial de Fórmula 1, foi para aplaudir de pé.
Agora, o foco é todo na abertura da IndyCar. Na semana que vem, mais precisamente no dia 15, eu e o Simon Pagenaud faremos um último teste em Sebring, antes de os carros seguirem para St. Pete. Além da MSR, acredito que praticamente todo o grid vai estar em Sebring também, então, será uma espécie de pré-lançamento de uma temporada que promete muito.
Capitaneada pelo Jim Meyer e o Mike Shank, nossa equipe se apresentará para o campeonato como nunca antes conseguiu fazer. Pela primeira vez, comigo e o Simon, a MSR disputará a temporada completa com dois carros. Isso demandou muita dedicação, investimento, comprometimento e vontade gigantesca de fazer o nosso melhor.
Vou para esse campeonato com muita felicidade por estar vivendo essa experiência, de começar algo novo, mesmo depois de tantos anos. Se a gente pensar, andei direto na Indy entre 1998 até 2017. Só aí são 20 temporadas. Nos três anos em que corri nos protótipos full season – 2018 a 2020 -, não fiquei todo distante porque participei da Indy 500 e em algumas edições do Indy GP.
Em 2021, foram seis provas e agora, cinco anos depois da minha mais recente temporada completa, vou para o meu campeonato de número 21. Quer dizer, apesar de ter mais de 300 corridas disputadas na Indy, lá vou eu para mais um recomeço. E muito, muito feliz.
Semana que vem eu volto para falar mais detidamente sobre a prova de St. Pete e o campeonato como um todo. Forte abraço e espero que gostem da foto acima, do meu Porsche na neve. Lindão, né?
*Hélio Castroneves, especial para o LANCE!