Olá, pessoal, tudo bem?
Depois da semana pesada de treinos em Indianapolis, que culminou com a formação definitiva do grid de 33 carros, estamos na semana da 105ª Indy 500 e confesso para vocês que estou muito feliz e animado. Apesar do grande trabalho de todos da Meyer Shank Racing (MSR), a gente não tinha velocidade para disputar a pole de igual para igual com os carros da Ganassi, para ser bem sincero. Mas foi uma jornada realmente empolgante, pois o objetivo de entrar no Fast Nine foi amplamente conquistado.
Aproveitamos bastante os treinos livres, de terça a sexta, para experimentar diversos acertos diferentes. Isso é fundamental porque temos de acertar o carro tanto para o Qualifying como para a corrida. Algumas coisas não funcionaram e, numa situação como essa, não adianta ficar perdendo tempo. O negócio é partir para outro caminho e foi o que fizemos.
A evolução permitiu que a confiança, velocidade e entrosamento fossem aumentando e, realmente, no sábado eu sabia que nossa chance de estar entre os nove mais rápidos era grande. Como fui o quarto piloto a entrar na pista para o conjunto de quatro voltas cronometradas, precisei esperar que todos os demais 31 pilotos fossem à pista para a gente comemorar.
No domingo, na disputa da pole position, todos nós da MSR sabíamos até onde poderíamos ir e o 8º lugar, ou seja, no meio da terceira fila, foi obtido de forma muito consciente, sem correr riscos desnecessários.
Depois que terminou tudo, ainda tivemos duas horas de treinos livres e a prática foi importantíssima. Foi possível colocar no carro tudo o que já tinha sido testado positivamente para a corrida e avançamos bastante. Nosso último treino será sexta-feira e queremos aproveitar para acertar os últimos detalhes. Minha avaliação é que temos um bom carro para a corrida, mas há ainda campo para avançar um pouco.
Estou adorando o clima na equipe, porque estão todos muito animados e trabalhando com muita dedicação. Só para vocês terem uma ideia, na segunda-feira, os mecânicos já estavam cedo na nossa garagem.
Como todos sabem, continuo perseguindo o objetivo da quarta vitória na Indy 500. Nessa minha 21ª participação, a primeira fora da Penske, sei como poucos o quanto é difícil vencer aqui e que coisas inesperadas podem alterar por completo o rumo da prova. Mas sei, também, que a minha união com a MSR tem tudo para render frutos.
Dessa forma, quero dizer que estou na parada e vou entrar na pista para lutar pela vitória. Por favor, não me entendam mal, não estou falando isso na forma de um discurso fácil, mas porque de fato nos temos chances de um grande papel no domingo.
Não poderia deixar de registrar aqui a minha tristeza pelo falecimento do André Ribeiro. Foi um choque enorme para todos, principalmente para aqueles que puderam trabalhar com ele nos seus tempos de Indy. A sua vitória sensacional na Rio 400 de 1996, justamente na estreia da categoria no Brasil, ficará para sempre na memória e no coração dos fãs.
Sempre tivemos muito bom relacionamento e meus pensamentos são sobretudo para a família e suas três filhas, que acabam de perdeu um pai tão jovem e cheio de entusiasmo.
Forte abraço a todos, obrigado pela torcida e até semana que vem.
Helio Castroneves, especial para o LANCE!