Olá, amigos, tudo bem? Minha corrida em Detroit não deu muito certo. Foi por um fio. Sim, um fiozinho desses que deve custar baratinho. Se vocês não estão entendendo, vou explicar.
Apesar de ter conquistado minha melhor posição no grid nesta temporada e de estar no bloco da frente no início da prova, tive de abandonar bem cedo o Chevrolet Detroit Grand Prix, disputado no domingo passado em Belle Isle.
E por falar em Belle Isle, tenho enorme carinho por essa pista, pois foi nela onde venci pela primeira vez na Indy, no meu primeiro ano correndo pela Penske. Foi exatamente naquele dia, 18 de junho de 2000, que nasceu a comemoração que virou uma marca, a de festejar a vitória subindo no alambrado.
+ A história do safety-car na Fórmula 1
Não sei se todos vocês sabem, mas aquilo não foi planejado. Pelo contrário, foi totalmente inesperado. É que eu estava tão feliz com a vitória, estava vibrando tanto dentro do carro, que perdi a entrada para os pits. Foi quando eu parei o carro na pista, tentando pensar no que deveria fazer, que vi o público festejando numa arquibancada. Estava tão emocionado que fui lá comemorar com eles e subi no alambrado.
Na coletiva de imprensa, um jornalista me chamou de Homem Aranha. Aí o apelido ficou e nasceu essa forma tão espontânea de comemorar. Graças a Deus, a partir daquele momento, tive a felicidade de vencer mais 30 corridas e sempre indo de encontro ao público. Lá mesmo, em Detroit, venci também em 2001, 2014 e, confesso, estava muito focado na possibilidade de um bom resultado na bela Belle Isle, no domingo.
Meu otimismo se justificava porque meu carro estava muito bom e estava largando em 4º, formando a primeira fila com o meu parceiro na Meyer Shank Racing, o Simon Pagenaud. Tanto para mim como para ele, foi nossa melhor posição de largada nessas sete primeiras corridas do campeonato disputadas até aqui.
Nossa estratégia estava bem definida. Como os pneus estavam gastando muito rapidamente, inclusive os pretos, resolvemos largar com os vermelhos, esticar ao máximo a primeira parada e então colocar os pretos. A preocupação com a economia de pneus estava presente o tempo todo, pois eu ia tentar fazer somente duas paradas. E era a decisão certa, pois dentre os 10 primeiros no final da corrida, oito pilotos optaram por duas paradas, inclusive o vencedor Will Power.
Logo na largada assumi a terceira posição e lá fiquei até a 10ª volta. Foi aí que comecei a perder posições porque as marchas não estavam entrando direito. De início foi uma ou outra falha, mas foi se acentuando. Já tinha caído para 10º quando parei para meu primeiro pit na volta 16.
Ainda voltei para a pista tentando entender o que estava acontecendo, mas em poucas voltas o câmbio travou na segunda marcha. Nem subia nem descia e o giro do motor lá no alto. Não havia outra alternativa a não ser abandonar. Logo de cara ficou claro que se tratava de um problema elétrico. Só depois da prova, após uma análise mais minuciosa, é que o pessoal da equipe descobriu que rompeu um dos fios que passam por dentro da coluna do volante. Começou como se fosse um mau-contato, mas aí se quebrou de vez.
+ Lembre pilotos que escaparam de acidentes terríveis na Fórmula 1
Foi uma pena, mas isso faz parte e vamos agora para a famosa pista de Road America, local da oitava etapa do NTT IndyCar Series, no domingo, 12. Nunca venci em Road America pela Indy, mas em 2020, eu e o Ricky Taylor vencemos debaixo de chuva e foi a arrancada para o título da temporada do IMSA WeatherTech SportsCar Championship, com o Acura Team Penske.
O traçado é incrível e garantia de uma grande disputa. A prova terá largada às 13:45, no horário oficial de Brasília, para 55 voltas pelos 6.436 metros. Como sempre, o fã do Brasil poderá ver ao vivo pela TV Cultura e ESPN/Star+.
Confira a programação completa para não perder um só detalhe:
Sexta-feira, 10.06
17:25 – Practice 1
Sábado, 11.06
11:45 – Practice 2
14:45 – Qualifying
18:20 – Final Practice
Domingo, 12.06
13:45 – Largada para 55 voltas
É isso aí, amigos. Forte abraço e até semana que vem, sem fio quebrado.