Olá, amigos! Mais uma vez vivo a emoção de estar na semana da Indy 500. Será minha participação de número 22 na maior prova do automobilismo mundial. Quer dizer, desde minha estreia, em 2001, nunca faltei. É sempre uma emoção renovada estar aqui em Indianapolis, principalmente esse ano. Depois da vitória no ano passado, minha imagem está em todos os lugares do Indianapolis Motor Speedway e da cidade, pois esse é o clima da Indy 500. A celebração por uma vitória não termina após o pódio. Pelo contrário, dura o ano todo e para toda a vida.
Ganhar em Indianápolis representa a entrada do piloto na história do automobilismo. Ele sempre será lembrado pelo feito. Onde quer que esteja, será anunciado como vencedor da Indy 500. E quando você ganha mais de uma? Só posso agradecer a Deus por me conceder essa benção de vencer a corrida das corridas por quatro vezes.
Nesse tempo todo, venci e perdi, acumulei alegrias e decepções, sorri e chorei. Mas apesar dos altos e baixos que são comuns no esporte e na vida, uma coisa que nunca muda em mim é a determinação de nunca desistir na busca de um resultado cada vez melhor em Indianápolis. Não me entendam mal. Claro que luto até o fim em qualquer corrida, só que em Indianápolis tem uma espécie de força divina, uma atmosfera que faz a gente tirar forças de onde parecia não ter mais nada. A Indy 500 é como se fosse um energético poderoso para o corpo e a alma. Não há lugar melhor para estar do que o IMS.
Nesses 21 anos de presença constante em Indianápolis, uma coisa que nunca faltou, mesmo no tempo da pandemia, foi a motivação dos fãs. Mesmo quando as coisas não funcionam muito bem, a alegria e o carinho dos fãs servem como “remédio” poderoso, que bota qualquer um para cima e joga o desânimo para longe, bem longe. É uma energia só mesmo quem sente e é alvo dele, tem ideia de quanto é poderosa.
Apesar de toda essa energia e meu inabalável otimismo, não posso ignorar que o desafio desse ano é grande. Desde o início dos treinos, na semana passada, todos nós da Meyer Shank Racing trabalhamos muito para conseguir mais velocidade, que não era aquela que esperávamos. Fomos avançando todos os dias, mas no Qualifying ficamos muito aquém do que pretendíamos. Obviamente que seria difícil lutar pela pole, mas esperava ficar pelo menos entre os 12 primeiros e não em 27º. Porém, é o que temos e o negócio é fazer do limão uma limonada.
A boa notícia é que fiquei animado com o que conseguimos no treino de segunda-feira, 23. Nossa performance mostrou que o acerto de corrida é bom e não paramos de trabalhar até agora, para melhorar mais ainda. No treino de sexta-feira, 27, o último contato com o carro antes da corrida de domingo, já teremos algumas melhorias, o que me faz estar otimista.
Na verdade, digo do fundo do coração que não importa de onde largarei. Vou lutar com a mesma garra de sempre, buscando o melhor das minhas forças num trabalho forte e dedicado com meus companheiros da Meyer Shank Racing. A força do amor pelo que faço é um aditivo sensacional na superação das dificuldades, para ampliar ainda mais meu histórico em Indianapolis.
Falando nisso, nessas 21 corridas já disputadas, tenho uma estatística no IMS que me faz ter muito orgulho. Vejam:
4 vitórias (2001, 2002, 2009 e 2021);
4 poles (2003, 2007, 2009 e 2010);
3 2º lugares (2003, 2014, 2017);
3998 voltas completadas;
325 voltas lideradas.
É isso, amigos, conto com a torcida de todos para mim e o Tony Kanaan, que está muito competitivo com a Ganassi, e fiquem grudados nas transmissões ao vivo da TV Cultura e do ESPN/Star+. Forte abraço a todos e até semana que vem.