Meus amigos, tudo bem?
Estou escrevendo aqui do Brasil. Oba! Sim, depois de oito anos longe, cheguei sábado passado, dia 20, mas já tenho de voltar domingo agora, 28 de novembro. Dessa vez eu fiquei o tempo todo em Ribeirão Preto porque quis dedicar cada minuto à minha família. Obviamente que eu não poderia deixar de atender a imprensa, mas muita gente teve de pegar a estrada para me encontrar em casa.
Essa grande ausência se deveu também à rotina familiar dos anos anteriores. Meus pais sempre passavam alguns meses por ano comigo e com a minha irmã Kati nos Estados Unidos, sempre passando Natal e Ano Novo na Flórida. Mas aí veio a pandemia e mudou tudo. Eu estava programando visitá-los já há algum tempo e a hora foi agora.
Vocês podem imaginar a minha alegria de retornar à cidade para onde me mudei aos dois anos e só deixei em 1995, quando passei a morar no exterior. Já são 26 anos morando na Inglaterra, por um ano, e o resto do tempo nos Estados Unidos. Mas apesar de tudo o que aconteceu comigo, o que eu sou mesmo é um “pé vermeio” de Ribeirão Preto.
Apesar de uma estada curta, de uma semana apenas, foi maravilhoso rever a família, os amigos, lugares que fizeram parte da minha vida, se bem que alguns mudaram tanto que nem sei andar direito pela cidade. É engraçado porque, ao percorrer certas ruas, lembro de alguns estabelecimentos, mas basta chegar mais perto para perceber que não mais existem. Quase tudo cresceu ou se transformou.
Outra coisa muito legal é que na casa dos meus pais está parte do meu acervo, inclusive o meu carro de Fórmula três que usei em 1993 na Corpal, equipe criada por meu pai ainda nos tempos do kart. Ele e minha mãe guardam com todo carinho algumas preciosidades, como meu primeiro troféu na carreira e o da primeira vitória no kart, em Jaú, interior de São Paulo, em 1988.
Vou ser honesto com vocês. Apesar de todos ficarem contentes com a minha visita, o maior beneficiado sou eu mesmo. É uma chance fantástica para recarregar as baterias e de festejar as grandes conquistas com as pessoas que me ajudaram nessa batalha. O que fica mais na memória do público em geral são os meus quatro anéis de Indianapolis, só que o caminho é absurdamente longo e penoso para chegar naquele estágio de ser considerado um grande sucesso.
Então, festejar com a família e os amigos próximos é a forma de agradecer o apoio e incentivo que tenho. Não tendo dúvidas de que tudo começou em Ribeirão Preto e cada familiar e amigo, a seu modo, me ajudou a seguir em frente, mesmo que os obstáculos fossem imensos.
Tem sido também a realização de um sonho, pois minha filha Mikaella veio comigo. Realmente, foi muita emoção apresentar para ela algumas pessoas e lugares que tanto representam para mim.
Vou ficando por aqui, amigos. Na semana que vem eu volto, mas aí já escrevendo novamente dos Estados Unidos e abrindo o último mês do ano. Forte abração e continuem se cuidando!
* Helio Castroneves, especial para o LANCE!