Pedro Barros, medalhista olímpico nas Olimpíadas de Tóquio e grande nome do skate park, falou sobre a evolução do skate desde que chegou na modalidade, em entrevista exclusiva ao Lance!, nesta quarta-feira (16), durante o evento de apresentação do STU Pro Rio. O atleta também desabafou sobre os preconceitos que parcelas da sociedade tinham com pessoas que praticavam o esporte.
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— Eu cresci em uma sociedade que talvez olhava para mim e achava que eu poderia estar na cadeia ou falido em um buraco com 20 anos, porque eu tava acreditando em uma coisa que estava fazendo todo o sentido do mundo. Aquilo que pulsava o meu coração, que fazia eu ter amor e carinho pela vida como um todo. Isso no caso era skate, se vestir um pouco diferente, ter uma tatuagem no corpo, não concordar com coisas que o sistema de certa forma te impõe. Desde o momento em que você começa a aprender as matérias na escola, quando você liga a televisão para ver as notícias que estão passando — disse o skatista.
— Para mim, eu não entendia muito o outro universo, porque o meu era do skate. Cresci com o meu pai, minha mãe, minha família, com todo mundo em minha volta envolvido com esta modalidade. Então, eu não via muita maldade neste universo, porque eu via que esse coletivo sempre se superava e olhava para a vida com esperança e muita fé. Acredito que a gente aprende isso desde o dia 1. Você só pode ficar bom no skate quando você cair bastante, se machucar muito. É uma lição muito boa para resiliência — disse.
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Pedro revelou que seu maior troféu, um dia, será quando ele partir, olhar para a terra e ver um campo com mais diversidade do mundo. O skatista disse que é feliz praticando a modalidade e quer que todos também sejam.
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— Agora que encontrei esse meu lado da vida e eu sou feliz no skate, eu quero que todo mundo também seja skatista. Que todo mundo viva como o Pedro, se vista como o Pedro, fale e aja como o Pedro. Uma das coisas que a gente mais aceita no skate é a diversidade, que faz a vida mais linda e mais incrível. O meu maior troféu será quando eu, quem sabe, partir aqui desta vida, e partir olhando para baixo, vendo um campo bem mais diverso e muito mais florido, com muitas mais espécies do que quando cheguei — completou.