O Brasil conseguiu um pódio duplo no Mundial de Atletismo paralímpico neste sábado, em Dubai. Nos 400m da classe T47 (amputados de braço abaixo do cotovelo), Petrúcio Ferreira ganhou o ouro e Thomaz Ruan garantiu a prata.
Com oito pódios, o Brasil manteve-se na vice-liderança no quadro geral de medalhas. Os brasileiros somam, após três dias de disputas, quatro ouros, duas pratas e dois bronzes. No topo do ranking está a China, com 15 conquistas (seis ouros, cinco pratas e quatro bronzes). Já a Ucrânia, terceira colocada, soma dez medalhas (três ouros, três pratas e quatro bronzes).
O ouro de Petrúcio veio em uma prova recheada de brasileiros. Além do paraibano, Thomaz e o alagoano Yohansson Nascimento buscavam um lugar no pódio. Nas eliminatórias, na noite de sexta-feira, eles cravaram o primeiro, o quarto e o sétimo tempo.
Petrúcio adotou uma estratégia ousada. Forçou o ritmo desde o começo e acelerou a partir da segunda metade. Thomaz o acompanhou e nos 100 metros finais a dupla já liderava. Dali para frente, eles tiveram o trabalho de segurar o ritmo até a linha de chegada. Petrúcio foi campeão, com 47s87, novo recorde do campeonato, e Thomaz apareceu em seguida, com 48s27. O marroquino Ayoub Sadni ficou com o bronze (48s96), apenas 35 centésimos à frente do alagoano Yohansson, que terminou em quarto.
– Foi uma experiência para os Jogos Paralímpicos de Tóquio. Os 400m não são minha especialidade, então provei que quando aceito um desafio, vou até o fim. Eu costumo crescer na prova nos 100 metros, hoje [sábado] a estratégia foi um pouco diferente, só que o cansaço chegou naquele finalzinho. Felizmente passei a linha de chegada com um ótimo resultado e fiquei mais feliz ainda quando vi o Thomaz junto a mim – relatou Petrucio, que correrá a classificatória dos 100m neste domingo.
– Estou muito feliz. A gente tem brigado por esse pódio duplo desde o Parapan de Lima. Acelerei bem, dei uma segurada para dar tudo no fim. Melhorei minha marca e já foi mais do que eu imaginava para este Mundial – disse Thomaz.
Na madrugada deste sábado, João Vitor Teixeira e Emanoel de Oliveira foram os representantes brasileiros no arremesso de peso da classe F37 (paralisados cerebrais). João terminou a prova na quarta colocação, com 13,76m logo na primeira tentativa. Durante quase toda a prova, ele ocupou o terceiro posto, que lhe garantiria o bronze. Porém, queimou os dois últimos arremessos e o tunisiano Ahmed Moslah o superou com 14,40m. Emanoel foi o sétimo, com 13,43m. O ouro ficou com o grego Apostolos Charitonidis (15,43m), seguido do russo Albert Khinchagov (15,25m).
Dezesseis atletas do país entram em cena neste domingo. Quatro deles estão na disputa por medalhas. Destaque para as cegas Jhulia Karol (guiada por Laércio Martins) e Thalita Simplíco (guiada por Felipe Veloso), a partir das 12h42 (de Brasília). Thalita passou com o melhor tempo nas semifinais, na noite de sábado, enquanto Jhulia fez a terceira marca.
Atual bicampeão mundial dos 400m da classe T20 (deficientes intelectuais), Daniel Martins, tenta o tricampeonato a partir das 12h50. Ele fez uma eliminatória conservadora e avançou com o sétimo tempo. “Tinha um venezuelano e um equatoriano, agora apareceu um francês e um russo como adversários. Vai ser difícil, mas tenho que estar pronto sempre”, comentou Danielzinho.