A largada do GP de São Paulo, realizado no último domingo (3), foi adiantada para evitar que a chuva prejudicasse o espetáculo, mas ela, ainda assim, se fez presente e foi um fator. Na volta 31, após um curto período de safety-car virtual por conta da escapada de Nico Hülkenberg, o safety-car foi acionado devido às condições da pista. Neste momento, muitos pilotos imploraram por uma bandeira vermelha no rádio.
Um dos mais enfáticos neste pedido foi o jovem Oliver Bearman, que substituiu Kevin Magnussen na Haas e vivenciou condições extremas pela primeira vez na carreira em um carro de Fórmula 1. O inglês, em conversas com o engenheiro Mark Slade, destacou que “mal conseguia ver” o próprio volante.
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— Como estamos autorizados a correr assim? Alguém vai bater feio. Cara, eu mal consigo ver meu volante — disse Bearman antes do acidente de Franco Colapinto na subida da Junção.
— Você está fazendo um ótimo trabalho, Ollie, você está mandando bem — respondeu Slade.
— É, mas, vamos lá, fale com a FIA, isso é realmente perigoso. Estou tentando não morrer aqui — implorou o piloto do #50.
Outro que relatou as difíceis condições da pista foi George Russell, que liderou boa parte da prova, mas decidiu parar antes do safety-car e da bandeira vermelha e caiu para a quarta posição. O piloto da Mercedes estava certo no rádio de que a sessão seria paralisada.
— É, já está chovendo bastante agora. Se continuar assim, não tenho muita certeza de quanto tempo os intermediários vão durar. Estou tendo dificuldades com esse pneu agora. Começando a aquaplanar. Estou tendo dificuldades para manter isso na pista, cara, está muito ruim. Acho que estamos quase em condições de bandeira vermelha agora. Chovendo demais. Está chovendo torrencialmente agora, aquaplanando nas retas — relatou.
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— Acho que vai virar bandeira vermelha, cara. Isso deveria virar bandeira vermelha. Não conseguimos manter o carro na pista assim. Vai ter acidentes grandes. Tem uma poça grande na curva 13, vai ter acidente ali. Acho que devemos continuar na pista. Deve vir a bandeira vermelha. Estou lutando para manter o carro na pista sob as condições de VSC — continuou.
— Galera, eu avisei, precisamos continuar na pista. Isso vai virar safety-car ou bandeira vermelha — destacou Russell em vão.
Lando Norris, que após a corrida afirmou que as condições não eram o suficiente para causar uma bandeira vermelha, também se mostrou preocupado durante a prova com a aquaplanagem. O titular da McLaren chegou a considerar, antes da paralisação, colocar pneus de chuva extrema.
— Está ficando muito molhado. Estou tendo dificuldade para ver um pouco — detalhou no rádio.
— Entendido. Lando, vamos para os boxes nesta volta. Lando, a entrada dos boxes está muito molhada — respondeu Will Joseph, engenheiro de Norris.
— É, o que você acha do pneu de chuva? Ou seria demais? Quero dizer, está chovendo mais do que nunca agora. Acho que está muito molhado, cara, precisa parar. Está aquaplanando. Muito perigoso — pontuou o piloto.
Já Esteban Ocon, por outro lado, não estava considerando colocar pneus de faixa azul, pois acreditava que a quantidade de água estava excessiva para qualquer tipo de composto.
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— Tem muita chuva para qualquer pneu. Tem água demais, água acumulada. Sim, vamos continuar na pista. Tem água demais para qualquer pneu — afirmou o francês, que terminou o GP de São Paulo em segundo.
— Eles deveriam dar bandeira vermelha nisso. Vão dar bandeira vermelha. Isso é inacreditável, a quantidade de água, galera, está insana. Eles vão olhar isso, a FIA, porque tem água demais — disse.
Por fim, Max Verstappen foi outro que pediu bandeira vermelha por conta da chuva e também previu o perigo que estava a Junção, trecho onde Colapinto se acidentou pouco depois. O neerlandês afirmou que tinha água demais na subida após a curva e relatou que a pista parecia um “rio enorme”.
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— Cara, isso é bandeira vermelha. Precisa ser bandeira vermelha, isso. É, isso é ridículo. A pista está se enchendo de água, como rios enormes. Isso é impossível de pilotar. Meus pneus estão como… parece um barco aqui — disse ao engenheiro Gianpiero Lambiase.
A Fórmula 1 agora tem duas semanas de descanso e volta apenas no fim de semana dos dias 21 a 24 de novembro, na segunda edição do GP de Las Vegas.