Por previsão de chuva, expedição para Alcatrazes é antecipada

Exemplos de superação com paratletas participando 

imagem cameraDivulgação
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Lance!
São Sebastião (SP)
Dia 16/11/2017
22:51
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Por conta da previsão de chuva e condições adversas do mar, a organização optou por antecipar em um dia a expedição ao arquipélago de Alcatrazes para este sábado, dia 18, com largada às 5h. A travessia inédita ao conjunto de ilhas localizada a 40km na costa de São Sebastião (SP), litoral norte de São Paulo, terá os maiores nomes da canoa havaiana do país, uma lenda do esporte no mundo, grande figura do surfe e ainda dois grandes exemplos de superação. A expedição, que conta com a organização da Prefeitura de São Sebastião e tem a autorização do Núcleo de Gestão da ICMBio (Instituto Chico Mendes de Biodiversidades), é o primeiro evento esportivo que o local irá receber em cerca de quarenta anos. O local está fechado pela Marinha desde a década de 80 e será aberto ao público em janeiro de 2018.

"Já vínhamos monitorando o tempo desde o final de semana e a previsão é de entrada de uma frente fria para o domingo. Então seria mais prudente antecipar a expedição uma vez que iremos navegar por mar aberto e seria um risco nos aventurar por mar muito grande e revolto", destacou Douglas Moura (Puro Suco/Evoke/Jeewin Sports Care/Angelo Boechat Idiomas/Academia Niterói Swim/Raldrei Natividade Fisioterapia/Rpilates), que já paticipou da segunda maior competição do mundo, na França, e realiza expedições desde 2005.

A saída será às 5h da Praia Grande, próxima ao centro de São Sebastião, com concentração marcada para às 4h30. Haverá no dia anterior, sexta-feira, às 19h, um briefing do Instituto Chico Mendes de Biodiversidades sobre o arquipélago de Alcatrazes e outro briefing técnico sobre planejamento de navegação. Serão entre 60 remadores partindo de quatro canoas havaianas se revezando ao longo do trajeto com um iate de apoio onde ficarão os remadores para a troca, a organização e também a imprensa.

O arquipélago está fechado desde o início da década de 80 para exercícios de tiro da Marinha. O local, que possui 67 mil hectares e 13 ilhas foi usado como tal até o ano de 2013, há um ano foi oficializado como refúgio de vida silvestre e será liberado ao público geral para o ecoturismo a partir de janeiro de 2018 através de uma portaria publicada pelo Governo Federal no fim de setembro.

O evento terá a presença da lenda do Taiti da canoa havaiana, o multicampeão mundial, Mana Nephi Tehiva, de 40 anos, e os maiores remadores do país como o santista Fábio Paiva, precursor do esporte no país em 2000 e que possui três projetos sociais ligados à canoa havaiana, um deles para crianças carentes em São Sebastião, outro para a terceira idade e o terceiro para sobreviventes do câncer de mama, Douglas Moura, que tem a maior expedição em número de dias (nove) realizada no Sul Fluminense e Litoral Norte de São Paulo, de Niterói (RJ), e o também santista Zé Paulo, com várias participações em campeoonatos sul-americanos e com projeto para a canoa caiçara e de profissionalização da canoa havaiana.

Além deles a expedição terá a presença do top 10 do Brasil de ondas gigantes, Alemão de Maresias, natural de São Sebastião (SP), que tem títulos em competições de canoa havaiana e utiliza o esporte para treinamento para surfar as maiores ondas do mundo.

Histórias de superação na expedição - A travessia será histórica não só por contar com as maiores feras do esporte, mas também por duas histórias de superação com os paraletas Luciano Facchini e Robson Careca. Luciano, natural de Porto Belo (SC), que possui um clube de canoa local e produziu a própria canoa. Ele participará junto com os outros remadores e levará sua própria adaptação para o desafio.

Robson Careca, de Ubatuba (SP), sofreu um acidente de carro em 1998 pouco depois de voltar de um surfe. Voltava de carona com um casal que brigava dentro do carro e acabou colidindo de frente com uma kombi. Careca teve uma severa lesão na cervical ficando tetraplégico. Mas ele não desistiu, conheceu a canoa havaiana e virou paratleta da modalidade junto também com o de paddleboard, o surfe deitado, remando com as mãos o qual possui mobilidade e remará com a mesma em volta do arquipélago de Alcatrazes.

"Viajei para o Havaí e já tinha conhecido a canoa por lá, mas apesar da vontade nunca tive a oportunidade de remar pois meu foco era o surfe e infelizmente ao meu retorno ao Brasil sofri acidente e virei cadeirante. Sem perder a força de vontade e determinação desenvolvi pranchas adaptadas e voltei para o surf adaptado e remada oceânica na modalidade Paddleboard continuei na vontade acompanhei alguns eventos e aguardei meu momento de remar na canoa. Conheço diversos remadores admiro a modalidade. Recebi convite da Geórgia Michellucci para remar na Canoa junto com a Equipe e estou me adaptando realizando alguns ajustes e trazendo outras pessoas para remar junto comigo. Para mim é um mérito um aprendizado com muita força de vontade pois tenho lesão medular c6 c7 tetraplegia traumática", contou Careca que destacou sua expectativa para a travessia: "Sou homem do mar adoro navegar, o mar me contagia. Tudo na minha vida é mar, antes de sofrer meu acidente 20 minutos antes eu estava dentro do mar. Minha expectativa é das melhores estou muito feliz em poder participar e fomentar a inclusão. A canoa representa pra mim espírito de união, companheirismo, amor ao próximo é a natureza.".

"Nosso objetivo é também a inclusão, essas histórias de superação que são muito bonitas. A canoa tem esse espírito de união e a expedição tem tudo a ver com eles e todos esses nomes que irão", disse Geórgia Michelucci, uma das organizadoras do evento, natural de São Sebastião (SP).

Os remadores virão do Taiti e das cidades brasileiras do Rio de Janeiro (RJ), Niterói (RJ), Angra dos Reis (RJ), Ilha Bela (SP), Ubatuba (SP), Caraguaratuba (SP), São Sebastião (SP), Santos (SP) e Porto Belo (SC). Eles irão percorrer cerca de 40km na ida, circular o arquipélago por 15km, realizarem uma parada para exploração e mergulho e retornar, com um total de quase 100km no mesmo dia.

Serviço:

Dia 17 de Novembro, sexta, às 19h - Briefing ambiental do ICMBio sobre o arquipélago + Briefing Técnico no Observatório Turístico na Praia Grande - São Sebastião (SP)

Dia 18 de Novembro, sábado - Concentração às 4h30 e saída em torno das 5h da Praia Grande em direção ao arquipélago com chegada prevista para 9h ou 10h + volta no arquipélago + duas horas de exploração do local e mergulho - Retorno no início/meio da tarde

Cerca de 60 remadores e 100 pessoas envolvidas na expedição

O veículo de imprensa que desejar cobrir o evento entrar em contato com os números e email abaixo. Haverá um iate de apoio para o deslocamento

Sobre Douglas Moura


- Formado em Administração com MBA em logística empresarial, Sócio-Fundador do Icarahy Clube de Canoa, ele é atleta do NTR e praticante de Canoa Havaiana desde 2005. Em competição disputou provas como a Rio VA`A, Santo Amaro, Vendee VA`A (maior da europa e 2ª maior do mundo, na França), Vancouver Island Challenge (Canadá); Lotus VA`A Challenge. Realizou seis expedições em canos havaianas individuais: Paraty Mirim - Trindade - primeiro a desbravar a rota; Paraty Mirim - Ubatuba - primeiro a desbravar a rota e até hoje ainda não foi feito novamente; circunavegação Ilha Grande; Niterói - Saquarema - único a fazer essa rota, Angra dos Reis - Aventureiro e diversas remadas menores pelas ilhas do Estado do Rio de Janeiro. Organizador de sete expedições em grupo para as ilhas do Rio de Janeiro. É autor do "Canoa Havaiana com consciência", cujo objetivo e conscientizar os atletas amadores e amantes do remo sobre a importância do conhecimento de regras para navegação segura. Autor de programas de Team Bulding usando a canoa como ferramenta - Empresas relevantes: GE; Adagio Hotel; Mercure Ipanema






Sobre Geórgia Michelucci - Foi bailarina bem cedo quando criança até os 30 anos de idade, foi profissional e dançou no Festival de Joinville nos anos 80, 90. Hoje é farmacêutica sanitarista , funcionária pública há 22 anos. Iniciou há três anos na canoa havaiana e fundadora do São Sebá VA´A , clube de canoa em São Sebastião, e atualmente comanda o projeto junto à prefeitura "Canoa para Todos" que integra saúde, meio-ambiente, esporte, educação, assistência social e desenvolvimento humano junto com mais duas servidoras. O projeto envolve desde crianças, adolescentes, idosos, mobilidade reduzida, APAE, funcionários com objetivo de vivência na canoa e a percepção de Unidade, onde "todos somos um", "juntos somos mais fortes", como resultado percebemos a união, a responsabilidade de cada um em cada ambiente. Canoa havaiana tem sido usada em práticas corporativas para despertar a integração do trabalho coletivo/colaborativo.

Sobre Alemão de Maresias - Edílson Assunção, conhecido como Alemão de Maresias, é especialista em surfar ondas gigantes e pratica o esporte há mais de 30 anos. Possui uma empresa de segurança aquática onde dá suporte a surfistas de ondas gigantes. Criador de eventos como o Desafio Water Man, Vola da Ilha Bela de Stand Up Paddle. Vice-campeão da Volta a Ilha de Santo Amaro 2016 categoria Mista 75 km, campeão da Volta da Ilha de Itaparica 2016 categoria Mista 80 km, pPioneiro na volta de Ilhabela 90 km de Paddleboard 2003

Sobre a canoa havaiana - Canoa Havaiana ou Canoa Polinésia, são nomes nacionalizados para denominar o esporte, que surgiu na região do triângulo polinésio e originalmente é conhecido como Va’a, Wa’a ou Waka. As canoas havaianas existem há mais de três mil anos e ajudaram os povos polinésios a colonizar novas terras no Oceano Pacífico. Os povos polinésios usavam as canoas como meio de transporte entre as ilhas e cada povoado construía suas canoas com características locais, por exemplo, no Havaí que possui mar agitado, as canoas possuem curvatura de fundo envergada, enquanto no Tahiti, as canoas possuem formato mais alongado e cockpit fechado. Ambas canoas possuem cerca de 14 metros e 50 cm de largura, com 3 partes em comum: o casco, chamado Hull, o flutuador lateral, chamado Ama e os braços que ligam a canoa ao flutuador, chamado Iakos.

A canoa utilizada na expedição é denominada OC6 para seis remadores.

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