Presidente da CBB usou dinheiro da entidade indevidamente com mordomias e familiares, diz site

Carlos Nunes teria usado cartão corporativo da entidade com luxuosos gastos, inclusive em Paris, e passagens aéreas para sua esposa. Caso foi colocado na Justiça pela patrocinadora

imagem cameraCarlos Nunes presidente da CBB (Foto:Ari Ferreira/Lancepress!)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 25/11/2015
13:27
Atualizado em 25/11/2015
15:34
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O presidente da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), Carlos Nunes, está sendo acusado de uso indevido das verbas da entidade. Segundo informações do UOL, o mandatário cobriu gastos que seriam pessoais, como incontáveis passagens e mordomias para a sua esposa, Clarice Mancuso Garbi, com o cartão corporativo da presidência da CBB. O caso, inclusive, está nos tribunais, onde a patrocinadora Eletrobras cobra R$ 4 milhões pelas irregularidades cometidas desde o início do seu mandato, em 2009.

Segundo a reportagem do jornalista Lúcio de Castro, que também denunciou as irregularidades na Confederação Brasileira de vôlei, do montante cobrado pela Eletrobras, R$ 2.308.235,25 são de despesas recusadas na prestação de contas. Tem 63 notas glosadas por "gastos sem previsão contratual", como "passagens aéreas sem comprovação de viajantes autorizados" .

Em abril de 2009, o cartão corporativo da CBB, em nome do titular Carlos Nunes, foi usado em Madri na loja Sport 2000, na compra de um suéter e um cinto. O valor total das compras foi de 55 euros (cerca de R$ 220), jogados na prestação de contas do patrocinador estatal.

A verba da entidade também foi usado em Cancún, desta vez Carlos Nunes estava acompanhado da esposa. A estada no México, inclusive, coincidiu com o aniversário de Clarice Garbi. As passagens para os dois foram solicitadas pela CBB e compradas na agência que faz viagens da entidade. Na época havia um torneio sub-16 masculino no local, mas a entidade não explicou a razão e o ônus do custo da acompanhante. Nas redes sociais, a esposa de Carlos Nunes aprovou a comemoração do aniversário fora ao lado do marido. Logo na volta de Cancún, a CBB também emitiu passagens para Carlos Nunes e sua esposa para a cidade de Natal.

Em 2009, Carlos Nunes também desfrutou de mordomias em Paris usando o cartão corporativo da CBB. Na Cidade Luz, o presidente da CBB foi ao badalado restaurante 58 Tour Eiffel e degustou uma farta refeição. A conta deu 417 euros, nos dias de hoje algo em torno de R$ 1.700,00. Tudo foi pago pelo cartão da Confederação Brasileira de Basquete. Fora isso, as contas na capital francesa também trazem outros restaurantes e cafés renomados.

O presidente também fez compras em loja de roupa no aeroporto de Genebra, Suíça. Foram gastos de 650 francos suíços, cerca de R$ 2.480 nos dias de hoje. Tudo financiado pela verba da CBB.

A lista de gastos de Carlos Nunes contestados pela patrocinadora é grande, em boa parte com passagens aéreas para sua esposa. O filho e o neto do mandatário também tiveram passagens debitadas na conta da entidade. Na conta da CBB, também tem um quarto cortesia no hotel onde a entidade costuma botas seus hóspedes para um amigo de Carlos Nunes para um final de semana no Rio.

Com o dinheiro da entidade, também foi pago os custos da viagem da esposa do presidente da federação gaúcha de basquete, Gilson Kroeff, que iria ao Rio para uma assembleia da CBB. Na troca de e-mails, Kroeff diz que vai pagar a diferença da viagem com a ida da mulher. Porém, Carlos Nunes diz que todo o custo será pago pela entidade.

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